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António Ruas e Carlos Martins indigitados para secretários executivos da CIM Beiras e Serra da Estrela

PS forçou solução de compromisso e conseguiu impor a sua maioria expressiva nos órgãos da Comunidade Intermunicipal

O social-democrata António Ruas e o socialista Carlos Martins foram indigitados pelo Conselho Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela para secretários executivos da comunidade intermunicipal (CIM). A decisão arrastava-se há três meses, desde que a Assembleia Intermunicipal chumbou a proposta inicial com os nomes de António Ruas e José Gomes, ambos do PSD.

Na reunião de Pinhel, na passada segunda-feira, os eleitos do PS, em maioria nos órgãos da CIM, viram satisfeitos os seus intentos e “conseguiram” um lugar no secretariado executivo. Ao que O INTERIOR apurou, não havia outra saída para desbloquear o processo e garantir o voto favorável da Assembleia Intermunicipal. A “vítima” acabou por ser José Gomes. «Conseguimos eleger, por unanimidade, António Ruas e Carlos Martins», declarou aos jornalistas o presidente da CIM no final da reunião. Vítor Pereira considerou que «o problema está resolvido» e acrescentou ser «preferível encontrar uma boa solução, consensual, unânime, pensada e amadurecida do que uma solução precipitada, conflituosa e que pudesse causar problemas no futuro». O também autarca da Covilhã, eleito pelo PS, adiantou que os nomes vão agora ser sufragados pela Assembleia Intermunicipal, cuja reunião vai agendar para os próximos dias, sendo que a proposta do Conselho Intermunicipal é que o ex-presidente da Câmara de Pinhel António Ruas entre imediatamente em funções após a aprovação dos deputados.

No caso de Carlos Martins, ex-diretor distrital de Segurança Social da Guarda e antigo vereador do PS na Câmara de Trancoso, só começará a trabalhar «nos oito dias subsequentes à aprovação do acordo de adesão a celebrar com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC)», referiu Vítor Pereira, estimando que tal possa acontecer no final do ano ou no início de 2015. O presidente da CIM rejeitou a ideia de que estas escolhas tenham a ver com o equilíbrio político-partidário no seio do Comunidade, tendo preferido elogiar os indigitados: «São duas personalidades de grande craveira, com experiência, capacidade e conhecimento dos dossiers. E vão estar à altura das funções que lhes vamos confiar», sublinhou, enaltecendo a «postura democrática, cordial e simpática» de José Gomes.

Na sua opinião, o antigo diretor de Estradas, ex-vereador do PSD na Câmara da Guarda e ex-coordenador executivo da Associação de Municípios da Cova da Beira «estaria e está à altura de desempenhar qualquer função de âmbito executivo, mas preferiu fazer parte da solução e não do problema», afirmou.

Presidente da CCDRC deixa recado

Coincidências ou não, o “fumo branco” saiu poucos dias depois da vinda de Ana Abrunhosa à Guarda. Nesta reunião com o Conselho Intermunicipal, a presidente da CCDRC não se quis intrometer no assunto, mas deixou recado. «O secretariado executivo é um órgão previsto na lei, com competências próprias, e é importante para a CIM funcionar na sua plenitude. Ficarei muito satisfeita quando o assunto estiver encerrado», disse a responsável a O INTERIOR.

De resto, nesta reunião, Ana Abrunhosa e a sua equipa ficaram a conhecer o plano estratégico da CIM das Beiras e Serra da Estrela. «Tratou-se de transformar um documento técnico em documento político, tendo sido sugeridas adaptações do plano às prioridades dos Programas Operacionais regional e nacional, no âmbito do Portugal 20/20», declarou a presidente da CCDRC. Nesse sentido, as CIM têm de entregar a ITI (Investimento Territorial Integrado) – o documento financeiro do plano estratégico – até outubro, seguindo-se até dezembro as negociações em termos de financiamento. «A ideia é que no final do ano se assine o pacto – um contrato entre a CIM e as várias autoridades dos programas operacionais financiadores dessa ITI, que é uma garantia de financiamento para os projetos apresentados», referiu, lembrando que o próximo quadro comunitário apoia a competitividade, o empreendedorismo, a coesão territorial, o envelhecimento ativo, a educação e sobretudo a promoção dos territórios. O Programa Operacional do Centro tem uma dotação de 2.117 milhões de euros, dos quais 444 milhões são Fundo Social Europeu. O restante é do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Luis Martins Os nomes de António Ruas e Carlos Martins deverão passar na próxima Assembleia Intermunicipal

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