O presidente da Câmara do Sabugal, António Robalo, assumiu, na semana passada, a presidência do Conselho de Administração (CA) da empresa municipal Sabugal+, após o vereador Joaquim Ricardo, eleito pelo MPT, ter posto o lugar à disposição seis meses após ter sido eleito para o cargo.
Na origem desta decisão estão pareceres da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC), pedidos pelo presidente, que põem em causa a legalidade da sua eleição, em Junho. As suspeitas tinham sido levantadas pelos eleitos do PS, conforme noticiou O INTERIOR na altura, que logo invocaram a nulidade do acto devido à falta de quórum na reunião do executivo que votou a constituição do CA da Sabugal+ após os três vereadores socialistas terem abandonado a sala. Outro argumento era que Joaquim Ricardo não poderia ter votado o novo CA da empresa municipal por integrar a lista proposta por António Robalo. Por isso, os socialistas sempre sustentaram que Joaquim Ricardo estava no cargo de «forma ilegal». O novo CA foi eleito pelo executivo na última quinta-feira, continuando em funções os vogais Vítor Proença e Fernanda Cruz.
Em comunicado, Joaquim Ricardo, que continua vereador a tempo inteiro, justificou a sua demissão com «algumas dúvidas levantadas» pelos referidos pareceres sobre a sua nomeação. O eleito do MPT manifestou ainda a sua indisponibilidade para regressar à Sabugal+ por «não ter condições psicológicas para tal», mas não deixou de criticar a «falta de coerência de atitude» dos vereadores socialistas por só desta vez terem colocado a questão da ilegalidade do acto. «No anterior acto de nomeação, a própria vereadora Sandra Fortuna, estando presente na reunião, foi eleita por “unanimidade”, como vogal e em conjunto com os restantes membros, donde se conclui que os também ali impedidos votaram», recordou.
