Até à última sexta-feira, dia em que terminou o prazo de entrega das propostas, tinham dado entrada nos serviços da Universidade da Beira Interior (UBI) duas candidaturas ao cargo de Reitor: a de António Fidalgo e a de Tiago Neves Sequeira.
Tiago Neves Sequeira é docente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Departamento de Gestão e Economia e diz ter um projeto para a UBI que é «substancialmente diferente do que foi seguido nos últimos quatro anos e do que se antevê ser o programa do Reitor em exercício, como candidato a um novo mandato». De acordo com o docente, «sente-se na Universidade uma necessidade e anseio de renovação» dos protagonistas dos destinos da instituição, acrescentando que as suas propostas farão daquela instituição de ensino «uma universidade que prestará um melhor serviço público, mais internacional, mais integrada na sociedade regional e nacional e que proporcionará melhor formação e empregabilidade aos seus estudantes».
Melhorar a empregabilidade dos estudantes e a relação da UBI com os meios empresarial e institucional; promover uma cultura de qualidade, liberdade de criação e pensamento, de reconhecimento do mérito e garantir um ambiente de colegialidade, de prestação de contas, de transferência, de respeito e auscultação dos órgãos da academia são algumas das prioridades de Tiago Neves Sequeira que afirma «tudo isto conduzirá a um outro grande objetivo que é o aumento da motivação dos estudantes, do pessoal docente e não-docente». Neste momento, havendo mais uma candidatura na corrida ao cargo de Reitor, o docente da FCSH adianta apenas «o Conselho Geral poderá escolher aquele programa que considera ser o que melhor garante o futuro da UBI, como instituição de ensino superior de qualidade».
António Fidalgo, atual Reitor e docente da Faculdade de Artes e Letras – Departamento de Comunicação e Artes, recandidata-se a um segundo mandato. Quando questionado sobre qual o motivo da sua recandidatura, António Fidalgo aponta três diretrizes dizendo que pretende «continuar o projeto de uma universidade do mundo, tornar a UBI uma universidade cada vez mais atrativa para estudantes portugueses e internacionais e, para isso, reforçar o ambiente de imersão universitária», bem como «aumentar a intensidade universitária no estudo, no ensino e na investigação» e «aprofundar a cooperação com os atores regionais e locais no desenvolvimento cultural, social e económico» da Beira Interior.
O atual Reitor garante que, caso seja reeleito, vai continuar a apostar na internacionalização da universidade, mas não só. Um dos objetivos futuros que tem em mente é «lutar por uma fórmula de financiamento do ensino superior», uma vez que neste momento não há nenhuma. E acrescenta: «A UBI está subfinanciada, em estudos feitos pelo Governo, em cerca de 25 por cento. É urgente e imperioso que a UBI tenha um financiamento similar ao das outras universidades». Quanto às suas expectativas, António Fidalgo espera «ser capaz de apresentar com clareza a minha proposta de programa de ação ao Conselho Geral, ouvir atentamente as propostas do outro candidato e aguardar serenamente a decisão».
Os dois candidatos vão a votos na próxima quinta-feira. De acordo com a deliberação dos conselheiros, no dia 29 de junho, o processo inicia-se com as audições públicas dos dois candidatos, marcadas para o Anfiteatro das Sessões Solenes (Polo I). Ficou definido, por sorteio, que Tiago Neves Sequeira apresenta o seu projeto a partir das 10 horas, enquanto António Fidalgo fará o mesmo a partir das 14h30. Cada audição terá um máximo de 150 minutos, seguindo-se a eleição, duas horas depois do final da segunda audição. O futuro Reitor será eleito pelos elementos do Conselho Geral, por maioria absoluta e voto secreto. O órgão máximo da reitoria será coadjuvado por vice-reitores e pró-reitores, por si definidos após a eleição, sendo que também terá o poder de substituir os membros da equipa reitoral em qualquer altura.
Sara Guterres