Arquivo

António Costa

Bilhete Postal

Aos 15 de Julho de 2007, António Costa, candidato do PS à Câmara de Lisboa, consegue vencer as eleições, mas ficando a 3 vereadores da maioria absoluta. António Costa precisa de se coligar para governar e pode precisar de mais do que um grupo. Pode coligar-se com Helena Roseta e a CDU, pode governar com Carmona Rodrigues, ou pode ir buscar o Bloco de Esquerda e a CDU. Este é o pudim flã da reorganização política portuguesa. Os eleitores estão a afastar-se do PS, não toleram a mediocridade do PSD, estão desgostosos das alternativas, ou descrentes de políticos e por essa razão o fenómeno de Pintassilgo, Otelo Saraiva de Carvalho, Manuel Alegre e agora Carmona e Helena Roseta volta a surgir. Há uma colectiva fantasia em tudo isto e um pulverizar de votos que a todos destrói. Mas a leitura mais importante é a da abstenção. No meu entender, 60% dos eleitores avisam com o silêncio. O descontentamento com o PS impediu António Costa, o melhor candidato das últimas décadas a Lisboa, de ter a maioria absoluta. Mas os portugueses não votam no PSD, nem no CDS, só porque o outro aborrece. Os eleitores estão a avisar do seu descontentamento e Portugal vive a sua mais completa crise política sem qualquer sombra de dúvida. Eu votaria António Costa, mas com grande rebuço pelas políticas do PS. Muitos como eu, não votam e outros, parecidos, esperam as legislativas para dar sinais. Se o PSD não se torna mais credível, pode suceder outro não voto em 2009. É que Sócrates não cai só para agradar a Marques Mendes e aparentemente Marques Mendes não vai ser primeiro-ministro – nunca!

Por: Diogo Cabrita

Sobre o autor

Leave a Reply