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Antiga ETAR dos Galegos é Canil Municipal

Nos últimos três meses foram adoptados cerca de 30 animais

Longe vai o tempo em que os animais abandonados da Guarda eram recolhidos e permaneciam num local contíguo à Câmara, onde não existiam condições. Na verdade, e desde Janeiro deste ano, a autarquia apostou na recuperação do edifício da ETAR dos Galegos, adaptando-o para a valência de Canil Municipal. Um investimento que, segundo Esmeraldo Carvalhinho, responsável pelo pelouro do Ambiente, rondou os 280 mil euros e que permite «acolher os animais abandonados da cidade». Nos últimos três meses foram recolhidos mais de 120 cães, tendo sido adoptados 30, um número que, para já, deixa satisfeito o vereador. «Nota-se que a população está sensibilizada para a adopção».

Só na semana passada foram adoptados dois cães, mas por vezes surgem situações complicadas. «Algumas pessoas que aqui vêm pretendem cães de raça», explica Vítor Manuel, o veterinário responsável pelo canil. «Há uns tempos tivemos cá dois caniches e tínhamos dez interessados. Mas os animais que não são de raça ficam aqui demasiado tempo», lamenta. A recolha dos animais é feita diariamente entre as 6 e as 8 horas da manhã por uma brigada e para o efeito são utilizados os métodos impostos pela Direcção-Geral de Veterinária, através do uso de laços e redes. Vítor Manuel adianta que, embora as denúncias dos cães vadios sejam feitas sobretudo por moradores, muitos deles ficam «chocados» quando os animais são capturados porque alegam «dar-lhes comida regularmente». No entanto, o veterinário alerta os munícipes para o facto dos bichos precisarem sobretudo «de um tecto».

Quando chegam ao canil, os animais são observados, sendo realizado um relatório-síntese para cada um. Os cães feridos e portadores de doenças são colocados em jaulas à parte, onde, de acordo com a lei, têm que permanecer oito dias. Caso não sejam reclamados pelos donos, são abatidos «com uma injecção letal, o único método que a legislação permite», refere o veterinário. Já os animais que são considerados saudáveis passam para a chamada “sala de adopção”, onde poderão ser visitados todos os dias úteis, até às 13 horas, por eventuais interessados. Aquele responsável garante que os animais têm todas as condições higieno-sanitárias para serem adoptados, «o que não acontece na grande maioria dos canis». Ainda assim, Vítor Manuel frisa que não se pretende que um canil seja «um hotel para cães», mas antes uma infraestrutura que permite «defender a saúde pública, combater a propagação de doenças e salvaguardar a saúde dos próprios animais». O canil também tem servido, segundo Esmeraldo Carvalhinho, como local de «vacinação anti-rávica» para os cães em geral. Embora na Guarda os melhores amigos do homem tenham um lar que os possa acolher, a verdade é que existem demasiados abandonos. «Houve dias em que a brigada recolheu mais de 10 cães», indica Vítor Manuel, que apela a uma maior sensibilidade da população para este tipo de atitudes «reprováveis».

E adoptar é tão fácil

Desengane-se quem pensa que proceder à adopção de um destes animais é um processo complicado. Na verdade, para levar para casa um novo companheiro apenas é necessário, numa primeira fase, proceder a uma inscrição e à assinatura de um termo de responsabilidade em que o futuro dono se compromete a estimar o animal. O canil emite então um boletim sanitário. A partir daí, o dono terá de se dirigir à respectiva Junta de Freguesia a fim de obter a licença do bichinho. Depois de apresentar essa documentação no canil, poderá levar o animal para casa, já devidamente vacinado.

Rosa Ramos

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