A UNESCO, como tem vindo a ser hábito ao longo dos últimos anos para outras das áreas da ciência, proclamou 2011 como o Ano Internacional da Química. Neste espaço iremos estar atentos às actividades desenvolvidas durante este ano e conhecer um pouco melhor o mundo desta ciência.
Se perguntar a qualquer químico, o que é a Química e o qual o instrumento mais importante nesta área, as respostas não irão ser muito diferentes da seguintes: a Química tem como objectivo o estudo da estrutura e composição das substâncias, das suas propriedades e das suas transformações; e o instrumento mais importante é a Tabela Periódica dos Elementos.
Mas o que é um elemento químico? Um elemento químico é uma sustância que contém apenas um único tipo de átomos (partícula elementar da matéria). O nome de cada elemento químico é abreviado em um ou duas letras, que constituem o seu elemento químico. Um exemplo H2O é constituído por dois elementos químicos H – hidrogénio (2 átomos) e O – Oxigénio.
Historicamente, toda a matéria era considerada como uma combinação dos quatro elementos fundamentais: a água, o ar, a terra e o fogo. Na Idade Média, os alquimistas juntavam três “princípios”: o enxofre, o mercúrio e o sal, aos quatros elementos fundamentais. Da combinação de elementos e de princípios surgiam o carbono, o ouro, a prata, o cobre, o chumbo, o estanho e o ferro.
A partir do século XVII, os trabalhos dos químicos, em especial a demonstração, por Lavoisier, de que o ar é uma mistura de oxigénio e de azoto e a produção de água a partir de oxigénio e hidrogénio, por parte de Cavendish, permitiram mostrar que nenhum dos quatro elementos fundamentais da Antiguidade era verdadeiramente um elemento, no sentido químico do termo, e que existiam dezenas de elementos.
Em meados do século XIX tinham sido identificados 63 elementos químicos. Não se sabia bem como os classificar, pois as suas propriedades físicas e químicas diferiam muitas vezes uns dos outros. Na continuidade dos trabalhos dos diversos percursores, o químico Mendeleiev propôs, em 1869, um novo sistema, a tabela periódica dos elementos. Com esta nova organização, os elementos com propriedades semelhantes passaram a estar próximos uns dos outros permitindo uma rápida localização. Um outro aspecto fundamental, aquando da sua elaboração, por parte de Mendeleiev, foi a presença de certos espaços vazios, que posteriormente foram ocupados por elementos químicos, que à época eram desconhecidos. Actualmente, a tabela periódica dos elementos é constituídos por 118 elementos químicos.
Este é o primeiro de uma série de textos que procura promover, tal como refere a Sociedade Portuguesa de Química, “a celebração das conquistas no mundo da química e as suas contribuições para o bem-estar da humanidade”, para “aumentar o reconhecimento público da química, na satisfação das necessidades do mundo”.
Por: António Costa