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Ana Manso julgada por abuso de poder a 21 de abril

Em causa está a contratação do marido para auditor interno da ULS da Guarda em 2012 quando a dirigente presidia ao Conselho de Administração

O juiz de instrução decidiu levar Ana Manso a julgamento no caso da contratação do marido para auditor interno da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda quando a ex-líder distrital do PSD presidia ao Conselho de Administração da ULS. A administradora hospitalar vai ser julgada por um crime de abuso de poder e a primeira sessão está marcada para 21 de abril no Tribunal da Guarda.

Conforme O INTERIOR noticiou na altura, em 2012, Francisco Manso foi transferido da ULS de Castelo Branco para a Guarda por «interesse público», tendo sido designado pelo CA auditor interno em março desse ano. Segundo o “Jornal de Notícias” da passada quarta-feira, o despacho de pronúncia do Tribunal da Guarda releva o fato de Ana Manso ter discutido e votado a transferência do marido para a ULS guardense sem nunca identificar o grau de parentesco. O juiz de instrução considera mesmo que «só por ter omitido tal facto ao ministro da Saúde é que veio a conseguir deste despacho favorável a tal cedência de interesse público, embora com a remuneração anteriormente auferida». Contudo, após esta decisão, Francisco Manso ganhou o salário equivalente ao de administrador de primeira, quando era de segunda classe, mas esteve «totalmente ausente» do serviço em Castelo Branco e na Guarda durante 51 dias, não tendo sido alvo que «qualquer processo disciplinar».

O caso saltou para a ribalta e após dois dias de polémica o ministro Paulo Macedo obrigou Ana Manso a exonerar o cônjuge. Só que no mês seguinte foi nomeado sem autorização da tutela para o recém-criado Gabinete de Acompanhamento da Remodelação e Ampliação do Hospital Sousa Martins, isto numa altura em que a empreitada estava parada. Francisco Manso regressou à ULS de Castelo Branco em agosto de 2012, tendo invocado no seu pedido «razões pessoais e familiares». Por sua vez, Ana Manso acabou demitida do CA em novembro por Paulo Macedo. Na passada quinta-feira, o jornal “Público” noticiou que a administradora hospitalar e ex-deputada pelo círculo da Guarda no Parlamento está a ser alvo de um inquérito do Ministério Público por ter recebido indevidamente mais de 5.000 euros em despesas mensais de representação durante um ano após ter deixado a presidência do CA da ULS.

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