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«Ana Manso é o rosto da derrota, das intrigas e divisões no PSD»

Depois de apoiar o adversário de Álvaro Amaro em 2007, Fernando Lopes considera que o actual líder da distrital é «a melhor solução» para o partido

A segunda maior concelhia do PSD no distrito já parece ter escolhido quem apoiar nas eleições para a presidência da distrital na próxima semana. Depois de João Mourato, líder desta secção com 437 eleitores, integrar a lista de Álvaro Amaro para o Conselho de Jurisdição é a vez de Fernando Lopes vir a terreiro dizer que está com o actual presidente social-democrata e candidato às eleições de dia 5.

Este apoio vem de onde menos se esperava, à luz do que aconteceu há dois anos. É que o antigo líder da JSD, agora um militante influente na Mêda, esteve contra Álvaro Amaro ao lado de Fernando Andrade, o candidato também apoiado por Ana Manso. «As circunstâncias são outras. Há dois anos defendia a regeneração do partido, com pessoas como João Prata, Carlos Peixoto ou Rui Ventura. Isso não aconteceu e Álvaro Amaro ganhou. Agora, perante dois candidatos do passado, temos que ver quem renovou mais e foi sem dúvida o actual líder da distrital», justifica-se. Além disso, reconhece-lhe «mais implementação nacional e força», recordando que com ele à frente da distrital «nunca houve para-quedistas» nas listas a deputados. «Álvaro Amaro é a melhor solução neste momento, até porque já está a contribuir para a regeneração dos quadros do PSD na Guarda», sustenta.

Ao contrário, considera que a candidatura de Ana Manso é «um projecto pessoal». Muito crítico, Fernando Lopes considera que a antiga deputada é mesmo «o rosto da derrota, das intrigas e das divisões no PSD». E até estranha que a ex-líder da distrital venha agora responsabilizar o adversário pelos últimos resultados eleitorais. «Quantas vitórias teve Ana Manso entre 1999 e 2005? Que eu saiba só ganhou nas legislativas de 2003, enquanto nas autárquicas de 2005, com uma conjuntura muito mais favorável e maior notoriedade junto do eleitorado da Guarda, até obteve um mau resultado», recorda. Para Fernando Lopes, «já passou» o tempo de Ana Manso – a quem não perdoa ter «maltratado» a JSD quando ele era presidente. «Marília Raimundo continua a ser uma grande reserva do PSD mas não anda constantemente a concorrer a todas as eleições internas», compara, sublinhando que o partido «já provou que não quer Ana Manso».

Mas o medense, também ele ex-deputado na Assembleia da República ao lado da antiga líder social-democrata, tem outro argumento de peso para explicar o apoio a Álvaro Amaro. «É um sinal de união na concelhia da Mêda, porque o partido já não é poder e, neste momento, até corre o risco de passar a terceira força política se não se unir para recuperar o eleitorado perdido e começar já a preparar as próximas autárquicas», alega, recusando a ideia de ser o próximo candidato à Câmara.

Luis Martins

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