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Ana Manso absolvida do crime de abuso de poder

Tribunal da Guarda considerou que a transferência do marido, com a participação da então presidente do Conselho de Administração da ULS, não lesou o interesse público

A antiga presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, Ana Manso, foi absolvida pelo tribunal da Guarda do crime de abuso de poder, de que estava acusada devido à transferência do seu marido, Francisco Manso, para o hospital da Guarda e posteriormente nomeado para auditor interno da ULS. Um processo em que Ana Manso participou e votou, tendo omitido o parentesco, segundo a acusação.

No passado dia 9, o juiz considerou que era obrigação da dirigente não participar na transferência do marido e que, por isso, existiu «a violação dos deveres de isenção e de objetividade». No entanto, a sentença acabou por ditar a absolvição da antiga presidente da ULS por considerar que a transferência de Francisco Manso de Castelo Branco para a Guarda não lesava «em nada» o interesse público. Durante o julgamento, a arguida afirmou ter agido «de boa-fé» sem «intenção de prejudicar quem quer que fosse de forma ilegítima» e que foi a necessidade do serviço que obrigou à decisão da transferência de Francisco Manso.

Após a leitura da sentença, Ana Manso mostrou-se tranquila: «Sabia que não tinha cometido nenhum delito e sempre acreditei que a justiça se faz nos tribunais e não na comunicação social. Apesar da demora, a verdade veio ao de cima», declarou a administradora hospitalar. Por sua vez, o advogado João Bandurra afirmou que a decisão não foi «nenhuma surpresa», pois a defesa juntou ao processo «todas as provas que tínhamos disponíveis» para demonstrar a inocência de Ana Manso. «Ficou claro que não houve nenhum procedimento ilegítimo na sua conduta enquanto presidente do Conselho de Administração da ULS da Guarda», sublinhou o advogado. Ana Manso presidiu ao Conselho de Administração da ULS entre dezembro de 2011 e novembro de 2012, altura em que foi demitida pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, no meio da controvérsia causada pela contratação de Francisco Manso.

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