O Teatro do Calafrio é o mais recente projeto de Américo Rodrigues, num regresso ao «espírito inicial de quem se junta porque acredita na força e importância do teatro». O grupo envolve vários profissionais desta e de outras áreas.
O primeiro espetáculo deverá acontecer em abril e parte de dois textos de Franz Kafka (“Carta ao pai” e “Relatório a uma academia”), com interpretação de José Neves e Valdemar Santos e encenação do ex-diretor do Teatro Municipal da Guarda (TMG). «Os textos têm de ser adaptados dramaturgicamente, mas estou seguro que vão ser muito bem interpretados», adianta o encenador. No horizonte estão outras apresentações, com «uma grande preocupação pela qualidade literária», refere Américo Rodrigues, antecipando a aposta num teatro «que represente textos com importância para esta altura e desafie os espetadores a pensar». A estreia poderá ser no TMG, ao qual já foi feita uma proposta. «Será um espetáculo para definir o caminho a seguir», considera o também autor e poeta, sublinhando que o projeto pode transformar-se em «companhia formal ou informal, associação cultural ou candidatar-se a subsídios, mas ainda não pensamos nisso».
O Teatro do Calafrio quer ser um grupo nacional, pelo que não se limita a profissionais da região: «A ligação à Guarda não é determinante, não é um projeto regional nem regionalista», declara o fundador, acrescentando que teve uma «reação entusiasta de gente de todo o país que quer colaborar». Américo Rodrigues indica ainda que, neste momento, «este grupo oferece o seu trabalho tentando, a posteriori, recuperar esse investimento do seu esforço». Enquanto encenador, as suas opções serão por «coisas simples na produção, mas complexas pelo que é dito», afirma Américo Rodrigues, para quem «não é preciso gastar muito dinheiro para fazer bons trabalhos».
