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Álvaro Amaro promete «fazer obra, custe o que custar, gostem ou não»

O presidente da Câmara interrompeu as férias para inaugurar a requalificação das rotundas do Rio Diz e do Alvendre e as respetivas esculturas e até invocou Fernando Pessoa para valorizar a intervenção

Com direito a bênção do Bispo da Guarda, foram anteontem inauguradas a requalificação das rotundas do Rio Diz e do Alvendre e as respetivas esculturas encomendadas para adornar esta entrada da Guarda.

Na Avenida 25 de Abril Álvaro Amaro invocou Fernando Pessoa para valorizar esta intervenção dizendo, como o poeta, que “quando Deus quer e o Homem sonha, a obra nasce”. E neste caso, segundo o autarca, «Deus também ajudou e nos inspirou. Nós também sonhámos e as obras fizeram-se», afirmou, visivelmente satisfeito com o resultado. Tanto assim que a Câmara não se vai ficar por aqui e continuará a requalificação de outras rotundas da cidade porque o objetivo «é tornar a cidade mais atrativa para que cada habitante tenha ainda mais orgulho de ser guardense», declarou. Concluída a obra, o presidente do município batizou a rotunda do Alvendre de “rotunda do Cristal” e pediu aos munícipes para escolherem a nova designação da rotunda do Rio Diz, onde está agora a mão de bronze criada pela escultora Dora Tracana.

Ao lado desta obra denominada “Portas da Cidade”, Álvaro Amaro justificou estas inaugurações na véspera da chegada da “etapa rainha” da Volta a Portugal à cidade mais alta para «mostrarmos ao país que a Guarda está cada vez mais bonita e atrativa». O edil mudou depois o tom do discurso e apontou baterias aos críticos, sublinhando que «quem critica bem podia dizer qual era a alternativa para estes espaços, esta entrada da cidade, que nos mandatos anteriores não foram cuidados». Álvaro Amaro também não gostou do título de O INTERIOR (edição de julho) a propósito destas obras, publicada na última edição, e fez questão de o demonstrar exibindo uma fotocópia da referida primeira página ao mesmo tempo que garantiu que «não se gastou meio milhão de euros» na intervenção. Segundo Álvaro Amaro, esta obra – a requalificação das rotundas, das zonas envolventes, a construção e montagem das esculturas – custou «445 mil euros».

O presidente aproveitou o palanque para revelar que a intervenção realizada na Avenida 25 de Abril vai ser incluída numa Área de Reabilitação Urbana a criar pelo município, o que permitirá que «estes trabalhos sejam cofinanciados em 85 por cento». Nesse sentido, Álvaro Amaro acrescentou ter já «a garantia do Programa Operacional (PO) do Centro» de que esta alteração vai ser aceite. «O que significa que, daqui por alguns anos, esta obra custará 60 mil euros à Câmara da Guarda», garantiu o autarca. Na sua intervenção, Álvaro Amaro repetiu que a requalificação e regeneração urbanas são «uma prioridade para a Europa e também para a Guarda, mas alguns não percebem». A finalizar, o edil avisou que fará «qualquer obra até ao meu último dia do mandato, custe o que custar, gostem ou não», porque «o meu único adversário é esta cidade não ser ainda mais atrativa e ter mais emprego – e garanto-vos que vamos recuperar ainda mais o tempo perdido».

Requalificação custou mais de 497 mil euros

De acordo com os contratos disponíveis no portal Base, onde, no cumprimento da lei, são publicados todos os contratos públicos, a empreitada de obras públicas foi adjudicada à empresa António Saraiva & Filhos por 278.226 euros, IVA incluído. Já as duas esculturas a instalar nas rotundas do Rio Diz e do Alvendre custaram um total de 219.055 euros (IVA incluído). A primeira, designada de “Portas da Cidade”, foi adjudicada, por ajuste direto, à escultora Dora Tracana que idealizou uma mão aberta em bronze. A escultura custou 92 mil euros, IVA incluído, mais montagem e instalação por 43.050 euros (IVA incluído), de acordo com o contrato publicado no portal Base. O serviço foi adjudicado à Fundição de Bronzes d’Arte Lage, Lda, de Vila Nova de Gaia. Já o cubo “Cristal da Guarda” concebido pelos serviços técnicos do município custou pouco mais de 84 mil euros (IVA incluído), o valor cobrado pela Metalguarda pelo fabrico e montagem da escultura na rotunda do Alvendre. A informação consta igualmente do contrato publicado no portal Base. Tudo somado, esta requalificação custou aos cofres do município mais de 497 mil euros, IVA incluído.

Luis Martins Álvaro Amaro anunciou que a intervenção na Avenida 25 de Abril vai ser incluída numa Área de Reabilitação Urbana para obter 85 por cento de financiamento

Comentários dos nossos leitores
JAGB novafiguration@gmail.com
Comentário:
Nada de outro mundo essas obras de grande tristeza, isso não são obras de artista, talvez de designers… não há nelas nenhuma emoção, penso que há na guarda artistas plásticos que fariam melhor….
 

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