Cerca de 150 alunos do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) manifestaram-se, na passada quarta-feira, contra a actual política de acção social, que consideram «injusta» e «penalizadora» para os alunos mais carenciados. O protesto terminou no Governo Civil, onde Marco Loureiro, presidente da Associação Académica da Guarda (AAG), entregou a Maria do Carmo Borges um abaixo-assinado com cerca de 1.400 assinaturas para ser entregue ao ministro da tutela.
O dirigente explicou que esta acção pretendeu alertar para a «injustiça» que constituiu a nova fórmula de cálculo, em vigor neste ano lectivo, para atribuição da bolsa social de estudo. É que, por decisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o cálculo passou a ser feito pelo valor líquido anual do agregado familiar «multiplicado por 14 meses, incluindo os subsídios de férias e de Natal». Ora, Marco Loureiro entende que o método «mais justo» seria multiplicar apenas pelos 12 vencimentos anuais sem se ter em conta os dois subsídios, «que deverão ser vistos como um extra para o agregado familiar e não sujeitos a deduções», sustentou. Por causa da nova fórmula de cálculo, o presidente da AAG revela que 25 alunos do Politécnico ficaram sem a bolsa de estudo, enquanto outros viram o seu valor substancialmente reduzido em relação ao ano lectivo anterior.
«Situação que poderá comprometer a continuidade dos estudos», alertou, exigindo que esta lei seja alterada. Marco Loureiro salientou ainda que «o ensino académico é caro», sendo que esta medida o vai «encarecer ainda mais», o que cria problemas «nos bolsos dos pais dos estudantes». Os alunos que desfilaram entre o campus do IPG e o Governo Civil, no centro da cidade, gritaram palavras de ordem como “educação é um direito” ou “acção social não existe em Portugal”. No abaixo-assinado entregue a Maria do Carmo Borges, os estudantes exigem a «alteração da actual lei que estipula a fórmula de cálculo da atribuição da bolsa social de estudo», «mais investimento na Acção Social do ensino superior» e, simultaneamente, «mais financiamento para as instituições do ensino superior do interior».
Ricardo Cordeiro