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Alunos do Externato de Manteigas não vão sair da vila

Estabelecimento poderá vir a encerrar portas e futuro dos 15 professores e funcionários é uma incerteza

Apesar do futuro do Externato de Nossa Senhora de Fátima estar bastante “tremido” devido a dificuldades financeiras, os 65 alunos da instituição vão continuar a estudar em Manteigas. A garantia é dada pelo presidente do município serrano que reuniu, na última sexta-feira, com o diretor geral da Educação e o gerente da empresa que administra o estabelecimento. Já o futuro dos 15 professores e funcionários está dependente de um possível entendimento que possa levar à criação de uma nova empresa e assegurar a sua integração.

José Manuel Biscaia explicou a O INTERIOR que o diretor-geral deu a «garantia» que, «independentemente de ser através do Externato ou da C+S da vila, não haverá problemas do ensino do 10º, 11º e 12º anos continuar em Manteigas». O edil ficou satisfeito com esta tomada de posição que lhe permitiu ver assegurado aquilo que para si é «politicamente mais relevante», que os alunos «não ficariam sem aulas em Manteigas», embora ainda não se saiba ao certo onde. A mesma certeza já não foi dada em relação à situação dos docentes e restantes funcionários, pois o responsável realçou que «não é pensável» que, se o Externato acabar, os professores e os demais trabalhadores da empresa «possam passar para o ensino oficial e para funcionários do Ministério da Educação». «A menos que, em substituição de uma empresa que, porventura, não vai continuar por razões de ordem financeira, surja outra a querer assumir o contrato de associação com o Ministério, desde que tenha as condições obrigatórias mínimas, nomeadamente um diretor pedagógico», salienta o autarca, ressalvando que a tutela «não vê qualquer tipo de inconveniente em que isso aconteça e nesse caso os professores poderiam ser os mesmos do ensino privado».

Deste modo, José Manuel Biscaia espera que possa haver «entendimento» entre a atual empresa, «que pelos vistos estará em vias de insolvência», e outra constituída por «algum ou alguns dos professores que estão a trabalhar no Externato», dizendo-se «convencido que tudo se resolverá se houver uma relação cívica e correta». «É certo que os pais e os alunos estão garantidos. Quanto aos professores e pessoal, isso depende dessa empresa que se possa vir a criar e que os contrate para continuarem a prestar o ensino em Manteigas», reconhece o autarca. O edil revela também ter ficado a saber na reunião de sexta-feira que foi «a não apresentação da declaração de não dívida às Finanças que está a impedir o Externato de receber as verbas a que teria direito por parte do Ministério da Educação», relativas aos meses de setembro, outubro e já o de novembro. Assegurado está também que, enquanto dura o impasse, os alunos «estão a ter aulas no Externato e será, porventura, lá que continuarão», até porque «a vontade do diretor-geral, atendendo a que também há formação técnica relativamente aos alunos dos 10º, 11º e 12º anos que pudesse ficar nas instalações do Colégio onde há equipamento e um laboratório que poderia ser aproveitado».

Ricardo Cordeiro Criação de nova empresa poderá ser solução para que os trabalhadores não caiam no desemprego

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