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Alunos da Escola Secundária da Sé procuram alternativas à Química

Sem turma daquela disciplina no 12º ano, muitos estudantes optam por ir apenas ao exame final

Vários alunos do 12º ano da Escola Secundária da Sé, na Guarda, que se matricularam na cadeira de Química, foram surpreendidos pela direcção daquele estabelecimento ao serem informados de que não tinham vagas para a disciplina. Uma situação provocada pelo facto de não ter sido formada nenhuma turma de Química para o corrente ano lectivo, alegadamente por não existir um professor do quadro disponível, isto apesar de existirem 17 alunos matriculados à cadeira.

Perante este cenário, os alunos afectados tiveram que procurar alternativas, numa altura em que o prazo das matrículas está a terminar, havendo até quem pondere a possibilidade de ir para Coimbra. Esta foi uma situação inesperada para os alunos que já estavam efectivamente matriculados, como explica Fábio Pinto, um dos estudantes afectados: «Fiz a matrícula no dia 7 de Agosto e logo no dia 16 recebi uma carta em casa, direccionada aos meus pais, que não especificava o assunto a tratar. Apenas referia que me deveria dirigir à Escola». Confrontado com esta péssima novidade, o jovem lamenta o facto da escola não ter avisado os alunos antecipadamente e de apenas o ter feito após as matriculas. É que «se a escola aceitou, à partida, as matrículas, deveria ter condições para formar uma turma de química, até porque estavam cerca de 20 alunos nesta situação», realça. O aluno do 12º ano adianta que existem poucas soluções para resolver o problema. No seu caso, tinha a hipótese de se matricular em Física, mas optou antes por ir fazer o exame de Química, como aluno externo, «visto nunca ter tido Física», constata. Contudo, Fábio Pinto mostra-se consciente de que a opção de ir a exame «é um risco» e, por isso, terá que recorrer a explicações. De resto, o estudante revelou que o Conselho Executivo da Escola Secundária da Sé apenas lhe explicou que «não havia professores do quadro com horário disponível» e que, assim, «não poderia ter a disciplina de Química». Também Joana Pires, depois de ter sido informada sobre o problema, referiu que não procurou outra escola, já que, em sua opinião, «a única alternativa é ir ao exame de Química».

Marc Martins foi outro dos alunos que se viu envolvido neste dilema. Informado de que ainda restavam algumas vagas na Escola Secundária Afonso de Albuquerque, o aluno optou por se matricular naquele estabelecimento, mas ainda não é certo que seja aceite. «Quando soube que ainda havia vagas no Liceu, fui inscrever-me mas ainda estou à espera de uma resposta. Só saberei algo a partir do dia 4 de Setembro», referiu, adiantando que, caso não consiga uma vaga, irá estudar para Coimbra ou, eventualmente, terminar o 12º ano no período nocturno.

António Soares, presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, indica que foram «cerca de 10» os alunos oriundos da Secundária da Sé que procuraram inscrever-se na turma de Química do estabelecimento que dirige. No entanto, o professor explicou que, apesar de ter atribuído algumas vagas aos alunos da Escola Secundária da Sé, «tinha de dar prioridade aos alunos da Escola Secundária Afonso de Albuquerque», esclarecendo que foi «preenchida uma turma com 28 alunos, não sendo possível receber mais ninguém». Apesar das variadíssimas tentativas, “O Interior” não conseguiu falar com nenhum responsável pelo Conselho Executivo da Escola Secundária da Sé sobre o assunto em causa.

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