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Almeida mais perto de Ciudad Rodrigo

Celebrado convénio de cooperação e a criação de um consórcio transfronteiriço das Cidades Amuralhadas

A partir de agora, Almeida vai estar mais próxima de Ciudad Rodrigo, e vice-versa, com diversas permutas culturais, a realização de um roteiro turístico, a criação de uma marca comum, passando pela participação conjunta em feiras, pela sinalização de monumentos, uma campanha de publicidade, entre outros intercâmbios. Tudo graças ao convénio de cooperação celebrado, na última segunda-feira, na vila raiana e à criação do consórcio transfronteiriço de Cidades Muralhadas, apresentado oficialmente na Feira Internacional de Turismo (FITUR) de Madrid, no final de Janeiro.

O convénio assinado entre o Ayuntamiento de Ciudad Rodrigo e a Câmara de Almeida pretende «promover as relações comerciais, institucionais e culturais», adianta António Baptista Ribeiro, autarca de Almeida. O acordo, assinado por cinco anos, «não envolve grandes verbas, apenas boa vontade», garante. O mútuo isolamento a que estão submetidas pelas políticas nacionais as zonas transfronteiriças e, por outro lado, a separação que ainda existe entre as populações de ambos os lados da fronteira, foram algumas das razões apontadas para impulsionar turisticamente estes dois territórios. Trata-se de um mútuo acordo para adoptar «medidas e políticas integradoras para a revalorização e optimização dos recursos», acrescenta o autarca, destacando a área cultural e turística. Os dois municípios pretendem potenciar igualmente os recursos endógeneos comuns e aproveitar as sinergias provenientes de acontecimentos de índole cultural. O pontapé-de-saída pode ser dado já com a exposição “Idades del Hombre”, entre Maio e Dezembro em Ciudad Rodrigo, e onde são esperados mais de um milhão de visitantes.

«É uma oportunidade única para promover Almeida. O próprio ayuntamiento está consciente que não tem capacidade para acolher tanta gente», refere Baptista Ribeiro, que desafiou os empresários do concelho a prepararem-se «para aproveitar esta mais-valia». Da mesma ideia comunga o alcalde de Ciudad Rodrigo, para quem «todos podemos tirar dividendos desta exposição». Segundo Javier Garcia, «trata-se de procurar clientela, para revitalizar os pilares básicos da nossa economia, que é o turismo», disse no seu “portunhol”. Para António Ribeiro, a criação de sinergias entre cidades ou vilas vizinhas com história em comum é uma das soluções para atrair o turismo, «naturalmente, integrado no Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico, deve existir um plano regional que integre o território desde o Douro, Vale do Côa, Serra da Estrela até à Cova da Beira, e o concelho raiano deve também direccionar-se para a vizinha Espanha». Os primeiros esforços para apostar no turismo cultural, que o autarca tanto reivindica, vão passar pela abertura do Museu Histórico Militar nas Casasmatas e o Centro de Monotorização e Interpretação Militar nas Portas de Santo António.

Marca “Cidades Amuralhadas”

O consórcio transfronteiriço de Cidades Muralhadas serve de base institucional para a elaboração de um projecto de dinamização cultural e turística. A iniciativa será concretizada durante este ano e 2007, contando com um orçamento de 455 mil euros, dos quais 325 mil euros são apoios do FEDER. Trata-se de uma acção apoiada por fundos comunitários, através do programa Interreg III. A actuação deste consórcio passa, por exemplo, pela participação conjunta em feiras, sinalização de monumentos, criação de um centro de recepção a turistas, um campanha de publicidade e a criação de uma imagem de marca sobre a rota das Cidades Amuralhadas. «Mas, estamos abertos a que outros concelhos limítrofes se juntem a nós», desafia Baptista Ribeiro.

Patrícia Correia

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