P – Quais são os seus objetivos/preocupações enquanto Provedora do Estudante?
R – O meu objetivo será fomentar a consciencialização dos estudantes sobre o direito de receber um serviço de qualidade, eficiente e respeitoso e, igualmente, encorajar os estudantes a participar na melhoria desse serviço através do seu empenho pessoal e da sua capacidade crítica. Nesse sentido penso que tenho um longo trabalho a fazer.
P – Quais pensa serem os principais problemas dos estudantes do IPG?
R – Durante o tempo que tive para clarificação da minha candidatura ao cargo de Provedor do Estudante, fui falando com alguns alunos das várias escolas do IPG, e fui tomando conhecimento de algumas críticas/sugestões, que se prendiam umas com os serviços de ação social, outras com situações propriamente das escolas e do seu funcionamento. Naturalmente que terei de conhecer mais de perto os estudantes, teremos de conversar com mais calma e termos os pés bem assentes na terra, pois haverá algumas sugestões que efetivamente não passam pelas funções do Provedor. Mas outras, após uma análise cuidada, serão devidamente encaminhadas aos órgãos ou ao presidente do IPG, se assim se justificar.
P – Como vê a elevada abstenção que houve nesta eleição?
R – Penso que os alunos vivem a sua vida académica de forma muito fechada, ou seja, há imensas coisas que os alunos nem dão conta que acontece dentro das suas escolas, e não me refiro somente às eleições, às vezes surgem palestras ou jornadas, que abordam temas interessantíssimos, entre outras coisas, e que de facto os estudantes são pouco participativos. Mas concretamente às eleições, verifiquei que alguns alunos, nalgumas escolas, nem conheciam que existia a figura do Provedor e muito menos para que servia… Por outro lado, e falando da Escola Superior de Saúde, onde leciono, apenas duas turmas estão neste momento na escola, as restantes (cinco turmas) estão em estágio fora da Guarda, o que provocou essa abstenção, pois a votação só pode ser presencial.
P – Considera que esta votação fragilizada desvaloriza o papel do provedor do estudante?
R – Penso que não. Aquilo que me parece, e já referi, é que há que trabalhar no sentido de uma maior divulgação do papel do Provedor e incentivar os estudantes a um empenho maior da sua parte, promover o diálogo e divulgar um espaço onde todos se sintam participantes ativos e corresponsáveis pela sua construção. Quando nos envolvemos num projeto, tornamo-nos participantes ativos e queremos ver esse projeto crescer… É isso que pretendo conseguir com os estudantes e naturalmente com todo o IPG.
P – A que se deve este desinteresse dos alunos e o que pode ser feito para mudar?
R – Eu não vejo que seja tanto um desinteresse, mas antes uma falta de atenção para aquilo que os rodeia. E nesse sentido considero que é importante o Provedor ter um espaço de atendimento com os representantes dos estudantes, seja das Associações Académicas, seja dos representantes dos estudantes dos respetivos Conselhos Pedagógicos de cada escola, no sentido de os ouvir e dar voz às suas sugestões, dúvidas ou críticas. O diálogo é fundamental para se ter um conhecimento melhor e mais eficaz sobre aquilo que são os problemas dos estudantes, zelando pelo respeito dos seus direitos e interesses legítimos.
P – Vai ser Provedora em regime de exclusividade ou vai continuar a dar aulas?
R – Apesar do cargo de Provedor ocupar bastante tempo, penso que é possível conciliar ambas as funções.
Perfil:
Provedora do Estudante do Instituto Politécnico da Guarda
Naturalidade: Guarda
Idade: 53 anos
Profissão: Docente no ensino politécnico
Currículo: Licenciada em Enfermagem, especialista em Saúde Infantil e Pediatria, mestre em Saúde Escolar e especialista em Enfermagem pela carreira docente
Livro preferido: o ultimo que li – “A Fórmula de Deus”, de José Rodrigues dos Santos
Filme preferido: “Comer, Orar, Amar”, “O rapaz do pijama às riscas”; “Para a minha irmã”, entre outros…
Hobbies: Aproveitar o pouco tempo que tenho com as minhas filhas e marido e restante família.