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Alegoria à cidade no TMG

Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço reencontram-se na última produção do Projéct~

Depois de ter sido adiada pelo menos duas vezes, estreia na quarta-feira o quinto trabalho do Project~, a estrutura de produção teatral do TMG. “Eu queria encontrar aqui ainda a terra” está em cena no pequeno auditório até dia 30 e é uma alegoria à Guarda, através do reencontro entre Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço, que por cá estudaram na adolescência.

Trata-se de uma encomenda do Centro de Estudos Ibéricos (CEI) e da Câmara da Guarda, tendo por base um texto de Manuel A. Domingos e António Godinho. A encenação é de Luciano Amarelo e a interpretação de Paulo Calatré e Pedro Frias. «Esta peça não é sobre a Guarda, mas paira sobre ela, sobre a sua memória recente, os seus fantasmas, as suas inquietações e os seus momentos felizes. O olhar é conduzido pelas narrativas cruzadas de Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço», escrevem os autores. Deste encontro emergem as reminiscências, os silêncios, as perplexidades, o sentir de uma mesma cidade, enquanto espaço iniciático e onírico. Há ainda duas gárgulas da Sé, «que assumem posições antagónicas, reflectindo de forma assertiva um confronto interior que antecede a criação artística». Na terceira e última sequência a acção decorre no convés de um barco transatlântico, onde se encontram, «por acaso (ou talvez não)», duas personagens, acrescentam Manuel A. Domingos e António Godinho. Esta estrutura dramática pretende «dar ao público a sensação de estar a assistir a três espectáculos numa mesma sessão, mas sem perder a ligação entre as três cenas», adianta Luciano Amarelo. O ponto de partida é a viagem de Vergílio Ferreira e Eduardo Lourenço, «à nossa maneira», pelas suas memórias ligadas à Guarda.

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