Um dos grandes protagonistas da arte contemporânea portuguesa mostra o seu trabalho na galeria do TMG a partir de sábado. Trata-se do trancosense Albuquerque Mendes, cuja exposição “trancoso, 17 de Março de 1953” ficará patente ao público até 13 de Março.
Nascido na “cidade de Bandarra”, o artista plástico rumou a Coimbra para estudar e frequentar o Círculo de Artes Plásticas local. Influenciado pelo expressionismo, pela “bad painting” e pela herança dadaísta, Albuquerque Mendes integrou depois o Grupo Puzzle, um colectivo de artistas que, entre 1976 e 1980, procurava intervir no espaço urbano através de uma acção colectiva, lúdica e liberta de compromissos políticos. Em 1982, fundou com Gerardo Burmester a Associação de Arte – Espaço Lusitano no Porto. Em 2001, foi objecto de uma mostra retrospectiva intitulada “Confesso” no Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Actualmente, vive e trabalha em Leça da Palmeira e tem sido uma das mais activas e intensas presenças na cena artística nacional.
Albuquerque Mendes é famoso pelas suas performances, pinturas e instalações, mas nenhum rótulo lhe assenta bem. «Todos os meios servem os seus objectivos, não se limitando a nenhum, cruzando sistematicamente no seu trabalho a performance, a pintura e a instalação, para além da “mail art” ou das artes gráficas», recorda o TMG a propósito desta exposição, a primeira que reúne todo o seu trabalho. A produção acrescenta que «esta justaposição peculiar de géneros, elementos, imagens e objectos serve-lhe para interrogar ironicamente ora os contextos da história da arte, do seu significado e do seu destino, ora alguns mitos iconográficos da religião, da cultura e da sociedade portuguesas». Não é a primeira vez que Albuquerque Mendes está na Guarda. Por cá, no início do novo milénio, criou uma instalação para o museu local e comissariou uma exposição colectiva de arte contemporânea da Fundação Cupertino Miranda no Paço da Cultura.