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Alameda da “Ti Jaquina” é solução «desfasada» nesta fase

Alunos de Arquitetura da Universidade Católica de Viseu apresentaram propostas de intervenção na Câmara da Guarda para aquela zona

Cerca de 20 alunos do Curso de Arquitetura e Mestrado Integrado do pólo de Viseu da Universidade Católica, acompanhados do professor arquiteto Carlos Veloso, apresentaram recentemente na Câmara da Guarda quatro propostas de abordagem urbana para o vale onde se previa a construção da Alameda da “Ti Jaquina”.

O presidente Joaquim Valente considerou as soluções «interessantes», mas adiantou que a construção de uma grande alameda naquela zona da cidade é, nesta altura, «desfasada».

As propostas apresentadas «procuram colmatar e cerzir a estrutura urbana existente» e, simultaneamente, «apresentar alternativas de mobilidade e acessibilidade ao centro da cidade», indica o arquiteto, que é natural da Guarda. Os projetos enquadram-se nos conteúdos programáticos da disciplina de Projeto V e VI e versam sobre uma «área sensível» da cidade, consistindo na «análise da estrutura urbana que vai para além da zona de intervenção». O trabalho foi desenvolvido em equipa, através de quatro grupos de trabalho que tiveram em consideração os constrangimentos e as potencialidades do «território escolhido». Carlos Veloso adianta que as soluções são «diversas do ponto de vista da concretização», embora sejam «muito idênticas, na medida em que procuram respostas adequadas à estrutura urbana existente», tais como «promover acessibilidade entre bairros e entre a VICEG e os bairros».

O responsável pelo projeto de arquitetura do TMG considera que as propostas apresentadas são «futuristas no modo de as pensar», sendo que a nível «formal e físico» são «respostas convencionais, mas que respondem a problemas concretos da realidade urbana assimilada e identificados na análise», nomeadamente de «acessibilidade» e de «adequabilidade entre espaço público e edifícios». De resto, as propostas procuram «dar respostas alternativas à solução projetada de ocupação de um vale complexo com uma alameda», sendo que essa artéria obrigaria a uma expropriação de propriedades «incomportável» em termos financeiros. Também a sua implementação implicaria «a construção contígua ao longo da mesma e o preenchimento e impermeabilização do próprio vale», uma solução «demasiado onerosa», admite Carlos Veloso.

O arquiteto esclarece que as propostas de intervenção «convergem em ideias genéricas e modos de intervenção», sendo que «os projetos individuais que foram desenvolvidos é que apresentam programas de habitação multifamiliar, serviços, comércio e espaço público diverso». Contactado por O INTERIOR, o presidente da Câmara da Guarda confessa ter ficado «surpreendido» com as «interessantes» propostas apresentadas, principalmente porque «em meios académicos externos à cidade captam-se novas formas» de a ver e, «muitas vezes», também «novas soluções» para a mesma. Já a implementação das ideias no terreno «é difícil de analisar» para Joaquim Valente, até porque «podem ser equacionadas num eventual plano ou projeto que, para vir a ser equacionado, terá que ser obrigatoriamente mais elaborado e estruturado». O autarca salienta que a Alameda da “Ti Jaquina” é uma proposta urbanística «que visa criar uma solução para as relações entre a cidade e a VICEG e entre a cidade e os Bairros Nossa Senhora dos Remédios e da Luz que, vivendo paredes-meias,«carecem de ligação entre si», num «constrangimento urbanístico» que se mantém e, por isso, «continuamos a trabalhar no sentido de encontrar uma solução».

Contudo, o edil assegura que «a proposta de uma grande alameda que arrasava completamente aquele espaço verde, parece-nos, aos dias de hoje e considerando a forma como a cidade evoluiu, um pouco desfasada em termos de solução ideal». De resto, Joaquim Valente sustenta que «aquele espaço é visto na perspetiva da vivência urbana com qualidade e bem-estar» e isso passa por «encontrar uma solução de ligações entre espaços que neste momento estão afastados, bem como soluções de urbanismo que permitam aproveitar os recursos existentes para potenciar a qualidade de vida» dos cidadãos. Nesse sentido, no âmbito da revisão do Plano Estratégico, que está em curso, o presidente do município indica que «iremos ouvir os cidadãos e com eles focaremos as atenções neste espaço rico em recursos naturais e carente em infraestruturas básicas que permitam a sua vivência plena».

Ricardo Cordeiro Câmara da Guarda quer encontrar uma solução que possibilite a «vivência plena» da zona para onde estava projetada a Alameda da “Ti Jaquina”

Alameda da “Ti Jaquina” é solução
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