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«Ajudámos 133 imigrantes e 94 famílias na Guarda-gare»

Cara a Cara – Entrevista

P – Quantos imigrantes brasileiros residem na Guarda e em que sectores trabalham?

R – Julgamos que estão cá cerca de 400, mas não são dados actualizados. Muitos trabalham em bares, restaurantes, cafés, lojas e também na construção civil. A maior parte deles estão cá há mais de três anos e já se sentem integrados, por isso também têm vontade em mostrar a sua cultura e tradições através da Festa Junina, realizada no passado sábado.

P – Que outras comunidades de imigrantes existem na cidade?

R – Para além da comunidade brasileira estão radicados na Guarda muitos romenos, ainda mais ucranianos, alguns chineses, pessoas dos PALOP e indianos, mas em minoria. Curiosamente, sabemos que existem pelo menos três marroquinos a residir na cidade.

P – Vêm em família ou individualmente?

R – Por norma, os brasileiros vêm em família, enquanto os imigrantes dos países de Leste chegam muitas vezes sozinhos e só passado algum tempo mandam vir os restantes membros da família. É o chamado reagrupamento familiar. Quanto aos indianos não temos muito conhecimento, porque não trabalhamos directamente com eles e, além disso, são uma pequena minoria.

P – Quantas pessoas já foram ajudadas pelo projecto?

R – Até agora, com o projecto “Tu decides…”, o NDS ajudou 133 imigrantes, 475 crianças e jovens desfavorecidas, bem como 94 famílias, muitas delas imigrantes mas também carenciadas.

P – O que tem vindo a ser feito e qual é o balanço?

R – O projecto “Tu decides…” está inserido no Programa “Escolhas 2ª Geração”, iniciou-se em Novembro de 2004 e vai terminar até Outubro deste ano. Temos duas vertentes. Por um lado trabalhamos com crianças e jovens de meios desfavorecidos e de famílias disfuncionais, e, por outro, ajudamos os imigrantes a integrarem-se. A iniciativa tem ainda quatro áreas de intervenção: o combate ao abandono e ao insucesso escolar, actividades lúdicas, acções de formação e acesso livre à Internet, tudo ligado às tecnologias de informação e comunicação, e actividades que permitem a integração dos imigrantes. Em relação ao balanço, é positivo visto que temos conseguido atingir os nossos objectivos. Vai ainda haver o Programa Escolhas 3ª Geração e esperamos conseguir candidatar-nos para continuar com o projecto.

P – Que eventos ou projectos vão realizar até o programa terminar?

R – Estamos a pensar em promover, em Setembro, uma acção de formação e informação, para a qual convidámos representantes do ACIME (Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas), do secretariado Entre-Culturas e um membro do CLAI (Centro Local de Apoio ao Imigrante) de Figueira de Castelo Rodrigo. Para além de estar dirigida para imigrantes, esta actividade é sobretudo para os técnicos que trabalham com as comunidades e na área da acção social.

P – Quantos técnicos estão envolvidos no projecto?

R- No total somos cinco. Temos três pessoas a tempo inteiro, uma professora de dança e um monitor.

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