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Ainda há “ouro” por descobrir no concelho da Guarda

Exposição “Ouro Líquido – O azeite no concelho da Guarda” é o mote para uma discussão que se quer mais ampla

«Há terra que podia ter oliveiras e neste momento está com giestas e ervas daninhas», disse Joaquim Valente a O INTERIOR, à margem da inauguração da exposição “Ouro Líquido – O azeite no concelho da Guarda”, há uma semana. O presidente da Câmara da Guarda afirma que «temos de repensar o território, planeá-lo para retirar todas as potencialidades que tem e desenvolver estes produtos de muita qualidade».

A mostra está patente na Galeria de Arte do Paço da Cultura da cidade até 14 de setembro, sendo também um sinal para os jovens: «Há que sensibilizar os mais novos, pois a terra é muito importante para a economia regional e para a sustentabilidade em áreas rurais», reiterou Joaquim Valente. Já antes, aquando da apresentação da exposição, o autarca tinha defendido o azeite como «um bem de proximidade», que foi capaz de «dinamizar e criar postos de trabalho, nomeadamente no Vale do Mondego e no Vale da Teixeira». Porém, o presidente da Câmara acredita que «houve um retrocesso nos ordenamentos territoriais», pelo que a ação deve «despertar-nos para voltarmos à terra e para combater o despovoamento».

Por sua vez, o presidente da Associação de Agricultores para a Produção Integrada de Frutos de Montanha (AAPIM), considera que o futuro do azeite passa pela produção biológica, «que é diferente da agricultura “abandonológica”»: «Azeite de qualidade tem de ser produzido com qualidade, mas a produção biológica tem regras», asseverou José Assunção. Todavia, o responsável salientou que «o azeite não é bem o que as pessoas estão habituadas a consumir», sendo que é preciso «desmistificar algumas coisas». O presidente da AAPIM não tem dúvidas que a região tem qualidade para produzir e aproveitar um «produto que pode crescer e muito».

A exposição pode ser visitada de terça a sábado, das 14 às 20 horas, apelando a uma viagem pelos sentidos e paladares que se misturam com o azeite nas variadas etapas da sua produção. O olfato é “acordado” logo à entrada, com o cheiro a marcar a identidade do produto, sendo que a mostra conta também com provas de azeite e o toque da oliveira. Esta iniciativa, que junta a Câmara da Guarda e a Pró-Raia – Associação Desenvolvimento Integrado da Raia Centro-Norte, conta ainda com um catálogo que viaja entre as imagens e histórias de um produto com tradição no concelho.

Sara Quelhas A mostra está patente no Paço da Cultura até 14 de setembro

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