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Ai se fosse rico

1 – Mandava tapar um esgoto a céu aberto próximo do Colégio de S. José, junto ao caminho que dá acesso ao mercado. Além do pivete, podem começar a aparecer as conhecidas ratazanas, tornando-se perigoso para as crianças que frequentam as aulas de música nesta instituição.

2 – Comprava o Colégio para evitar a degradação do edifício e dar-lhe utilidade pública, criando, como pioneira, uma Universidade Infantil da Guarda – ou com outro nome que o povo escolhesse –, onde as crianças, ricas e pobres, recebessem um tratamento e educação do melhor que houvesse (…).

Que a educação fosse dada por uma equipa de alto valor educativo, porque têm a responsabilidade de preparar a continuidade de Portugal em todas as direcções.

Que os pais estivessem descansados no seu trabalho, sem a preocupação de os ir buscar, pois alguém estaria à sua espera neste estabelecimento. Teríamos, assim, a possibilidade de deitar uma semente à terra, vê-la crescer, com forte carácter e responsabilidade para olhar o seu futuro.

3 – Em alternativa a esta ideia da universidade, equipava o edifício como lar de terceira idade, onde os seus utentes recebessem tudo de bom, com alguma possível alegria, para afastar a ideia de ser apenas a penúltima residência.

4 – Comprava o edifício do Cine-Teatro, fosse de quem fosse, porque dá pena aos guardenses ver um moribundo a definhar dia após dia no coração da sua cidade. E tanto que pode dar este edifício, como por exemplo, comércio, exposições, arte e até um grandioso silo-auto.

5 – Se fosse possível pôr em prática estas utopias, ia tocar violino para o telhado do castelo.

António Nascimento – Guarda

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