No último desafio da temporada, e com tudo praticamente decidido, embora os Alverquenses ainda estejam dependentes da manutenção ou não do Souropires no Nacional para saber se continuam na Iª Distrital da Guarda, o Aguiar da Beira venceu por duas bolas a zero um jogo em que os visitantes não ajudaram nada ao espectáculo.
O desafio foi feio, “pastoso”, parecendo um jogo entre solteiros e casados, com o penúltimo classificado a jogar de início só com dez elementos por os restantes elementos do plantel não terem aparecido para o derradeiro encontro da época. O Aguiar teve sempre a iniciativa da partida, com a bola quase sempre em seu poder. Assim, durante os 92 minutos do encontro, o figurino foi sempre o mesmo, com ataques constantes e quase toda a equipa aguiarense metida no meio-campo e na grande área adversária, ficando mais atrás Tino e, logicamente, o guardião Bruno. A equipa de Alverca pouco fez para enriquecer um pouco o espectáculo, e com 10 jogadores a defender, por vezes a usarem o anti-jogo, tornou-se muito difícil ao Aguiar conseguir efectuar um bom desafio. Deste modo, apesar dos ataques constantes, só conseguiu marcar dois golos, contra dois ou três remates em contra-ataque dos visitantes, que ainda criaram alguns apuros a Bruno. Quem teve muito que fazer foi o guarda-redes contrário, Trigo, que defendeu tudo, menos os dois tentos.
Trigo mostrou-se em grande forma, parecendo um bom guarda-redes depois de vermos duas ou três defesas, de facto, espectaculares. Pena que o treinador dos Alverquenses tenha optado pela táctica usada em Aguiar da Beira, pois nada tinha a perder, com derrota ou sem derrota. Os golos foram marcados por Nuno Gomes, que, isolado aos 28 , rematou sem hipóteses para Trigo. O segundo apareceu já em tempo de compensação, num grande remate de Hélder, junto à meia-lua da grande área, com a bola quase a roçar o poste esquerdo da baliza do Alverca e a aninhar-se no fundo das redes. No final, Totá confessou estar «muito triste» pelo que se passou em campo, pois esperava «muito mais» dos Alverquenses, que acusou de terem jogado com «pouca seriedade, numa postura de brincadeira e de gozo».
Confessou ainda sentir-se frustrado, pois, mesmo a jogar com um plantel muito reduzido desde Janeiro, sempre assumiu como objectivo a vitória no campeonato. Contudo, destacou um facto «histórico» na vida do clube, já que o Aguiar não perdeu nesta temporada um único jogo no seu terreno. Quanto ao seu futuro, o treinador considerou ser cedo demais para falar no assunto, não deixando no entanto de fora a hipótese de continuar em Aguiar da Beira. «Mas muita coisa terá que mudar neste clube», avisou. A equipa de arbitragem, chefiada por Fernando Nevado, esteve bem.
Pedro Sousa
