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Águas do Zêzere e Côa reafirma vontade de «cooperar» com acionistas

Empresa garante que as tarifas de água e de saneamento «estiveram sempre previstas»

A Águas do Zêzere e Côa (AdZC) reafirmou a O INTERIOR a intenção de «cooperar» com os municípios acionistas, que decidiram recentemente avançar para tribunal tendo em vista a revisão dos contratos que mantêm com a empresa. O acentuar das divergências entre as duas partes deu-se depois de conhecidos os aumentos de 10 por cento nas faturas da água e de 15 nas de saneamento, valores que os autarcas garantem não ser possível suportar.

Em reação à notícia de que os acionistas vão mesmo avançar para tribunal, a administração da AdZC mostrou-se interessada na procura de «soluções equilibradas», em conjunto com as autarquias que serve. No entanto, não esconde que a empresa apresenta um «desequilíbrio orçamental» que é necessário ultrapassar, além de que garante que «as tarifas que estão a ser cobradas com vista à sustentabilidade do sistema estiveram sempre previstas e eram do conhecimento de todos os acionistas», tendo sido aprovadas pelo Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território. Para que o sistema continue em funcionamento e as diversas localidades continuem a beneficiar do abastecimento de água e saneamento, a AdZC assegura ainda que para além do aumento das tarifas já adotou outras medidas que possam «contribuir para o reequilíbrio económico-financeiro», tais como «a redução dos custos de desenvolvimento da sua atividade» ou «o aumento dos níveis de eficiência».

A administração da empresa relembra ainda o trabalho efetuado ao longo de 10 anos de existência e assume que, apesar de querer cooperar, não pode deixar de «prosseguir o caminho tendente ao equilíbrio e sustentabilidade dos serviços prestados». E afirma mesmo que esta é a única via que «garante à população desta região a continuidade do abastecimento de água potável e o saneamento das águas residuais».

Já no que diz respeito às acusações dos municípios de que existem pressupostos contratuais que não foram tidos em conta desde início, a AdZC nega qualquer incumprimento. Os acionistas referem-se nomeadamente ao facto da Câmara da Covilhã ter abandonado o sistema, uma situação com a qual não concordam e que dizem ter provocado, desde logo, um desequilíbrio que poderia vir a agravar as finanças da AdZC. A administração, no entanto, desvaloriza e garante que «foi o Ministério do Ambiente que autorizou o município da Covilhã a não integrar o Sistema Multimunicipal» e que, para minimizar o impacto, a AdZC acabou por efetuar um pedido de reequilíbrio à tutela «de forma a ressarcir a empresa das consequências dessa saída».

Os autarcas insistem que o contrato nos termos atuais «é insuportável para os cofres das Câmaras». Depois de sucessivas reuniões e de terem ainda pedido uma audiência à ex-Ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, os acionistas entendem que se esgotaram todas as hipóteses de resolução e, por isso, não há outro caminho senão o de recorrer ao tribunal.

Catarina Pinto

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