Arquivo

Água da Barragem do Caldeirão vigiada

Esmeraldo Carvalhinho garante que, ao contrário do sucedido em Seia, «está tudo controlado» no concelho da Guarda

«Por enquanto não há motivo de preocupação. Estamos atentos e não há nada que diga que há perigo e muito menos que seja preciso esvaziar a barragem». A garantia é dada por Esmeraldo Carvalhinho, vereador com o pelouro do Ambiente na Câmara Municipal da Guarda, relativamente à Barragem do Caldeirão, cujas margens arderam por completo durante os incêndios dos dois últimos meses. Uma situação que poderia ter originado um caso semelhante ao de Seia, onde foi necessário esvaziar todas as barragens e lagoas que abastecem o concelho devido à acumulação de detritos dos incêndios, arrastados das encostas por chuvadas fortes e inesperadas até à água (ver última edição de “O Interior”).

Na Guarda, e concretamente na Barragem do Caldeirão, que abastece toda a cidade e parte do concelho, essa situação está «longe de se verificar», mas mesmo assim, quer a autarquia – responsável pelo abastecimento da água em baixa ao consumidor -, quer a Águas do Zêzere e Côa – empresa a que está concessionado o sistema de tratamento e distribuição da água em alta – estão atentas a «qualquer possível alteração». Esmeraldo Carvalhinho garante que a preocupação «tem sido constante» da parte dos dois intervenientes e que o tratamento está a ser assegurado. Até porque «há mecanismos específicos para eliminar o efeito de enxurradas que tenham a ver com os incêndios», explica o vereador, reafirmando que «não há por enquanto motivo para preocupação». E vai mais longe, asseverando que tanto a água bruta (retirada da barragem para os reservatórios municipais), como a água que sai nas torneiras dos consumidores estão a ser «devidamente analisadas e controladas».

Carvalhinho considera que o caso de Seia é «diferente» do da Guarda e garante por isso que «aqui não há qualquer necessidade, nem sequer há perspectiva, do pelouro do Ambiente esvaziar a barragem». É que «há uma monitorização “apertada” à água bruta do Caldeirão por parte da Águas do Zêzere e Côa», afiança o vereador. Apesar das tentativas, não foi possível, até à hora do fecho desta edição, obter qualquer declaração por parte desta empresa multimunicipal de água e saneamento. Todavia, Esmeraldo Carvalhinho sublinha que, além dessa monitorização diária, o cuidado «tem que ser redobrado» para que em qualquer situação de perigo sejam imediatamente desencadeados os mecanismos próprios. Meios que «já foram utilizados noutras épocas e em situações idênticas», relembra o vereador, designadamente quando a barragem abriu: «A água bruta era completamente turva, enquanto a que saía nas torneiras dos consumidores era límpida», conta. De resto, recorda que compete à AZC tirar a água da barragem, tratá-la e bombeá-la para os reservatórios municipais em condições devidas para consumo. Cabendo à autarquia «levar e dar água limpa às pessoas». Carvalhinho acredita ainda que, mesmo que caia uma chuvada forte, «não haverá alterações», uma vez que já choveu bastante naquela zona depois dos incêndios e «nada mudou», nem sequer «houve nenhuma queixa da parte dos consumidores», refere o vereador.

Rita Lopes

Sobre o autor

Leave a Reply