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Agricultor centenário de Alverca da Beira ainda conduz

Mário Louro é autónomo e este ano o seu principal projeto é plantar um olival

Mário dos Anjos Gomes, mas conhecido por Mário Louro, poderia ser apenas mais um habitante da aldeia de Alverca da Beira (Pinhel) se não fossem os cem anos de vida que celebrou na passada sexta-feira e que em nada o limitam no seu dia-a-dia. Nasceu a 6 de fevereiro de 1915, em plena Primeira Guerra Mundial, e assistiu a todo o desenrolar do século XX.

Aos três meses ficou órfão de pai e aos 7 anos teve o seu primeiro emprego, numa pequena fábrica de curtumes na sua terra natal. Mais tarde, com 13 anos, arranjou um novo emprego, numa sapataria, onde aprendeu a arte. Aos 19 anos alargou horizontes e abriu o seu próprio negócio – uma fábrica de tamancos –, em pareceria com o irmão. Com a mesma idade casou e do enlace nasceram dois filhos. Uns anos depois o irmão emigrou e abandonou a sociedade, tendo Mário Louro dado continuidade ao negócio mas direcionado para o fabrico de paus para tamancos. Era ele que negociava as madeiras, exportando depois para todo o país. Já no final da década de 50, o agora centenário Mário Louro foi vítima da moda, os tamancos deixaram de se usar e a fábrica acabou por fechar. Em 1958 trabalhavam com ele 17 operários.

Desde então tem-se dedicado à agricultura e à atividade comercial, pois ainda hoje é negociante. Em 1998 o destino deixou-o viúvo. O facto de Mário Louro já contar um século de vida não o limita e continua a fazer uma vida independente. Ainda hoje conduz e faz questão de tratar dos seus assuntos sozinho. Os exames médicos para a renovação da carta de condução revelam que «vê bem, ouve bem e tem discernimento», adianta o seu filho, Soares Gomes. Histórias para contar não lhe faltam, bem como ideia para projetos, ainda este ano quer plantar um olival em Alverca da Beira. Ao cem anos, Mário Louro segue à risca o lema «o prazer de trabalhar e ter muitos amigos», pois todas as semanas não perde a oportunidade de ir à feiras de Trancoso e mensalmente à feira de Pínzio. E não há dia que passe sem que vá a Vila Franca Das Naves para tomar café com os seus amigos.

O centenário foi festejado no passado dia 6 como Mário Louro mais gosta, juntos dos amigos e família. No total, 300 pessoas quiseram partilhar com o aniversariante esta data especial.

Ana Eugénia Inácio Mário Louro, como é conhecido, festejou os cem anos numa festa que reuniu 300 pessoas

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