Uma semana antes de receber o Fornos, o Aguiar da Beira foi ao difícil campo da Lageosa do Mondego obter uma importante vitória que lhe permite manter viva a aspiração de chegar ao primeiro lugar do Distrital. Os comandados de Totá ficam mais moralizados para o complicado e decisivo teste da próxima jornada. O líder do campeonato dispõe de uma vantagem de oito pontos, daí que só o triunfo interesse aos aguiarenses.
Na Lageosa, num pelado muito pesado devido à chuva, a vitória do Aguiar esteve longe de ser fácil. Contudo, a equipa visitante entrou melhor no jogo e, aos 10’, parece ter ficado por marcar um penalti a seu favor, por derrube de Cláudio a Agostinho na disputa de um lance pelo ar. Volvidos dois minutos, Caleiro teve uma boa jogada individual, mas o remate cruzado passou rente ao poste. Nesta fase, o Aguiar estava melhor e foi com alguma naturalidade que inaugurou o marcador. Lançamento em profundidade para Simões, que ganhou em disputa com Luís Oliveira no flanco direito, arrancou um cruzamento para a pequena área onde Agostinho, sem marcação, cabeceou para o primeiro golo. A Lageosa não conseguiu reagir e seis minutos depois, o Aguiar elevou a contagem. Agostinho recebeu a bola à entrada da área, parecendo ter ajeitado o esférico com a mão, assistiu depois Nuno Gomes que, perante a saída de Cláudio, e indiferente aos protestos, desviou para o fundo das redes. Descontente com o resultado, Carlos Pacheco fez entrar Joca para o lugar de Machado, dando maior dinâmica ao ataque da Lageosa que passou a jogar e a pressionar melhor.
Aos 37’, os locais beneficiaram de uma boa oportunidade quando Carlitos não conseguiu segurar uma bola, mas o remate de Cascavel foi contra um adversário. Com outra atitude, a turma da casa conseguiu mesmo reduzir a três minutos do intervalo. Joca marcou um livre de fora da área, que Carlitos voltou a não agarrar, e Futre, muito oportuno, aproveitou para marcar. No segundo tempo, o jogo decaiu de qualidade, pois ambas as equipas lutaram muito pela posse de bola, tendo-se assistido a algumas entradas muito duras de parte a parte. A meio da etapa complementar, a Lageosa começou a pressionar muito mas não conseguiu situações de golo. Aos 81’, a sua estratégia sofreu um rude golpe quando ficou reduzida a nove unidades no espaço de dois minutos por expulsão de Luís Oliveira e Zé Miguel. O Aguiar aproveitou então para marcar o golo da tranquilidade aos 85 . Agostinho cobrou um livre para o centro da área onde Bengas, num lance infeliz, fez auto-golo. Contudo, a Lageosa não baixou os braços e continuou à procura do golo. Só que Nelson e Joca, ambos em boa posição, remataram por cima.
O trio de arbitragem fez um mau trabalho, especialmente na segunda parte, deixando passar em claro muitas faltas, mas merece o benefício da dúvida no lance do segundo golo do Aguiar dada a rapidez da jogada. Outro reparo para Camões Barros é a situação, nada habitual, de tratar os jogadores por “tu”. No final, Carlos Pacheco, técnico da Lageosa, enalteceu a entrega dos seus atletas e reconheceu que a vitória «assenta bem» ao Aguiar da Beira, não deixando de mostrar o seu desagrado com algumas decisões do árbitro. Já Totá mostrou-se bastante satisfeito com uma vitória «muito moralizadora», num campo «muito pequeno e difícil contra uma equipa muito complicada e lutadora».
Ricardo Cordeiro
