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Aeródromo do Alto de Leomil voa para 2007

Projecto está aprovado e com todos os pareceres, só faltam os apoios ou garantias financeiras para se tornar realidade

O aeródromo previsto para o Alto de Leomil vai ser uma realidade, pelo menos essa é a esperança do actual presidente da Câmara de Almeida, António Baptista Ribeiro. Há uns anos atrás, o projecto ainda chegou a ganhar forma de aeroporto regional, mas essa ideia perdeu-se. Agora, se tudo correr bem e se a sua candidatura for aceite no próximo Quadro Comunitário de Apoio, no final deste ano ou no princípio de 2007, o projecto poderá levantar para outros voos.

Trata-se de uma infraestrutura que será uma mais-valia em termos empresariais, industriais e turísticos para o concelho de Almeida e não só, uma vez que recebeu o apoio de outras autarquias do distrito, como Guarda, Sabugal, Pinhel, Mêda, Trancoso, Celorico da Beira e Figueira de Castelo Rodrigo, para além de mais dois municípios da vizinha Espanha. Neste momento a pista de aviação «está aprovada e dispõe de todos os pareceres legais para avançar», assegura o autarca. Isto é, o aeródromo está em condições de ser lançado no Alto de Leomil, na freguesia da Amoreira, «o que só ainda não aconteceu, por falta de alguma garantia ou apoio governamental», esclarece António Baptista Ribeiro. Como se trata de um investimento muito avultado, cerca de 6,5 milhões de euros, «não pode ser lançado sem qualquer tipo de apoio», considera. No entanto, o município tenciona apresentar uma candidatura ao programa PITER – Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante – e ao INTERREG, mas no próximo Quadro Comunitário de Apoio. «Esse passo é uma certeza», afiança o edil, que também está confiante quanto à concretização do empreendimento, «mas desde que haja outras vontades, para além da nossa, nomeadamente o apoio do Governo». E se tudo correr bem, o projecto poderá estar em curso «no final deste ano ou no princípio de 2007», atira o autarca de Almeida.

O futuro aeródromo pretende ser uma ajuda no combate aos incêndios que deflagram na região e para desenvolvimento de actividades de lazer aeronáuticas. O Alto do Leomil foi considerado um local estratégico por um conjunto de entidades do concelho, da região e até mesmo do país, como é o caso do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil. Mas a grande ambição é que, numa segunda fase, a infraestrutura seja integrada na rede de aeródromos do país. Já em 2000 a Comissão Nacional Especializada em Fogos Florestais (CNEFF) tinha aprovado a construção e a respectiva comparticipação financeira para esta pista de aviação, que deverá ser um espaço em terra batida e com uma extensão de 800 metros, por 40 metros de largura. De acordo com António Baptista Ribeiro, a sua construção deve ser aproveitada para valorizar o concelho. O projecto do aeródromo no Alto de Leomil remonta a 1985, altura em que a Aeroportos e Navegação Aérea – ANA apresentou uma proposta para a elaboração de estudos e projectos. A ideia foi retomada em 1992, quando o município de Almeida, então presidido por António Sousa Júnior, assumiu a liderança do “Projecto Regional Egitânia 1995”, que visava a construção de um aeroporto regional. Em 2003, o aeródromo ganhou oito novos aliados, designadamente as autarquias de Celorico da Beira, Trancoso, Mêda, Guarda, Sabugal, Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo, que se associaram à Câmara local como forma de pressão para que o projecto avançasse. Estes oito subscritores da iniciativa não desistem de levar o projecto a “bom porto”, com o objectivo de um maior desenvolvimento da região.

Patrícia Correia

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