Adolfo Mesquita Nunes, vice-presidente do CDS e vereador na Câmara da Covilhã, assumiu publicamente a sua homossexualidade. É o primeiro alto dirigente de um partido português a fazê-lo.
A resposta pública aconteceu durante uma entrevista de vida ao semanário “Expresso” deste sábado, onde o político admite ter lidado «com naturalidade» quando, pela primeira vez, tal questão se colocou em campanha eleitoral na Covilhã, o ano passado. «Escreveram “gay” num cartaz meu que estava num cruzamento muito movimentado. Pedi que não o substituíssem porque não era mentira», diz Adolfo Mesquita Nunes, assegurando que falou com a equipa e disse que «se alguém achasse isto era um problema», poderia sair.
«Ninguém saiu. E o cartaz lá ficou quatro meses», acrescenta. «Passei por ele centenas de vezes e nunca me arrependi de o não ter tirado», diz o antigo secretário de estado do Turismo, durante a entrevista. Sem problemas, o agora vereador centrista no município covilhanense encarou a situação com naturalidade, apesar de assumir um cargo de destaque num partido conservador e democrata-cristão.
A veia de liberal vem da família e dos seus valores, que incluem a defesa da liberdade como um valor que «vem antes da própria vida».