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Administração da Côa Parque empossada um ano depois

Secretário de Estado da Cultura pede soluções «mais imaginativas» para dar resposta à procura por parte dos visitantes do museu e do Vale do Côa

O secretário de Estado da Cultura defendeu, na passada sexta-feira, durante a tomada de posse dos órgãos diretivos da Fundação Côa Parque, que é preciso relançar o Vale do Côa, já que nos últimos anos houve «um hiato» no tempo.

«É preciso retomar a ligação do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC) e do Museu do Côa com os visitantes e as populações locais. Dar-lhes voz e, ao mesmo tempo, expor a riqueza desta região aos olhos do país», disse Francisco José Viegas. O governante acrescentou que a recém-empossada administração da fundação vai trabalhar nestes primeiros tempos em «modo de emergência», pois «há uma série de problemas que requerem soluções urgentes, quer sejam materiais, quer sejam problemas relacionados com os recursos humanos ou técnicos». Por outro lado, haverá outro período em que será necessário «repensar» toda uma programação do Museu do Côa para 2012. «Estas serão as duas fases mais importantes para os próximos meses. É preciso tentar encontrar saídas mais imaginativas e mais criativas para solucionar os problemas levantados pela própria procura por parte dos visitantes, que se têm colocado ao parque e ao museu», sustentou o secretário de Estado.

Por seu lado, o presidente da Fundação Côa Parque avançou que há uma conjunto de valências que são «úteis» para gerir o património do Vale do Côa, a começar pela equipa de técnicos. «Dentro de um planeamento cuidado que irá ser feito no seio do Conselho de Administração da fundação e contando com o envolvimento das entidades locais e associações cívicas, tentaremos projetar o Côa e a sua classificação como Património Mundial da Humanidade da forma mais eficaz», referiu Fernando Real. O primeiro Conselho de Administração da Côa Parque integra ainda Gustavo Duarte, presidente da Câmara de Vila Nova de Foz Côa como vogal não executivo em representação da Associação dos Municípios do Vale do Côa. Nomeado pelas Secretarias de Estado do Turismo e do Ambiente, o segundo vogal não executivo é José Ribeiro, professor do secundário, membro fundador do Movimento Internacional de Salvaguarda das Gravuras Rupestres do Côa e da associação ACÔA.

Na véspera da tomada de posse da administração da fundação, os trabalhadores do PAVC e do museu reuniram em plenário para reiterar as suas preocupações quanto ao futuro destas duas entidades face à «solução gestionária» encontrada pela tutela. Num documento aprovado por unanimidade, os funcionários perguntam se «poderá uma fundação de direito privado ser responsável pela gestão de algo tão complexo e de indubitável interesse público», como é a Zona Especial de Proteção do Vale do Côa, que tem duzentos quilómetros quadrados. Questionam ainda se será desta que esta ZEP será regulamentada e homologado o Plano Especial de Ordenamento de Parque Arqueológico, na gaveta desde 2005. Os trabalhadores lamenta igualmente que «todos os órgãos de direção e cargos técnicos de maior relevância sejam de nomeação política», pretendendo saber o que vai acontecer aos funcionários cujo vínculo à função pública «só se mantém “enquanto se justificar”».

Fundação Côa Parque foi criada pelo anterior Governo na véspera da abertura do Museu do Côa

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