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Adesão maciça à greve nas Minas da Panasqueira

Novo pré-aviso para dia 28 apresentado à administração da Beralt Tin

A adesão à greve promovida segunda-feira pelos 260 trabalhadores das Minas da Panasqueira rondou os 90 por cento, anunciou o sindicalista António Matias. Em causa está a alegada indisponibilidade da empresa para rever a proposta de aumento salarial que apresentou e que não satisfaz os trabalhadores.

Dada a intransigência quer por parte da Beralt Tin & Wolfram Portugal, concessionária das minas, quer do presidente do Conselho de Administração e do novo investidor, a Almonty LLC, que detém 49 por cento do capital, já foi também apresentado o pré-aviso de greve para o próximo dia 28, revelou o delegado do Sindicato da Indústria Mineira. António Matias adiantou ainda que os trabalhadores estão determinados a continuar a luta e dispostos a reunir com a empresa até encontrar uma solução aceitável para todas as partes. Os trabalhadores exigem que a empresa lhes apresente uma «contraposta negociável de novos valores e que sejam assumidos os compromissos anteriormente apresentados pela Administração». A greve fica a dever-se ao facto da empresa «não querer aumentar os vencimentos em mais de 14 euros», numa altura em que «reconhece que o minério tem atingido um preço elevado e que no mês de Janeiro a produção cresceu das habituais 80 a 90 toneladas para mais de 170 toneladas», explicou o sindicalista. «Não podemos concordar que a Administração, no mesmo dia em que reuniu com o Sindicato para tratar deste assunto tenha convidado para a mesma reunião cerca de duas dezenas de trabalhadores seleccionados para o efeito e entre os quais capatazes, chefes de grupo, alguns dos quais recentemente promovidos e cujo intuito não poderia ser outro senão o de manipular no sentido mais negativo», afirmou.

As Minas da Panasqueira empregam 260 trabalhadores e foram até 1993 as últimas minas de tungsténio da Comunidade Europeia em laboração. Produzem mensalmente cerca de 170 toneladas de concentrados de volfrâmio e estanho que são vendidos para os Estados Unidos da América, Reino Unido, Espanha e Japão, enquanto à indústria nacional vende os concentrados de cobre e estanho.

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