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“Acto Seguinte” volta à cena

Festival de Teatro da Guarda começa amanhã e prolonga-se até 11 de Outubro

O Festival de Teatro da Guarda – “Acto Seguinte” volta à cena. Pelo Teatro Municipal da Guarda (TMG) vão passar oito produções nacionais e estrangeiras. O Teatro Experimental de Cascais, Cendrev, Cie. Birte Bruderman, Zanguango Teatro ou Títeres de Maria Parrato são alguns dos protagonistas. Mas há também uma estreia absoluta da própria produção. O TMG vai respirar teatro nos pequeno e grande auditórios, no café-concerto, sem esquecer o exterior. O Festival começa amanhã e prolonga-se até 11 de Outubro.

Tudo começa esta noite com o Circo Efímero (Espanha), às 21h30. “H17” é o nome da crónica urbana que tem por base o humor e o circo que evade o espectador da pressão diária em que vive. Trata-se de um espectáculo no exterior, junto à entrada de artistas, com diversas técnicas circenses, acrobacia, equilíbrio, contorcionismo, corda, trapézio, e muito, muito humor. A representação teatral desenrola-se numa estrutura com oito metros de altura, em jeito de uma tenda de circo, mas com a forma de uma pirâmide. No dia seguinte, sobe ao palco do pequeno auditório, a peça “Pan com Pan”, do Zanguango Teatro (Espanha). Um espectáculo onde se misturam o humor, a poesia e a crítica social. E onde quatro indigentes que habitam um beco sem saída, ou um solar abandonado, ou um pátio, inventam uma falsa realidade para poder aguentar o olhar no espelho todas as manhãs.

Da Áustria vem a Cie. Birte Brudermann com “3rd city”. Heinrich Schwesters é um importante homem de negócios que revela o seu dia-a- dia privado a partir do espaço limitado de um quadrado. Esta é a primeira de várias sequências, em que as personagens desfilam em espaço limitado, dando ao público a sensação de estar a apreciar uma galeria onde os diferentes quadros expostos nos transportam para diferentes situações e personagens. O teatro visual acontece no pequeno auditório, no dia 8, às 21h30.

Estas são as primeiras propostas do “Acto Seguinte” que o TMG organiza regularmente. Mas até 11 de Outubro, o encontro está marcado na Guarda com algumas das melhores companhias de teatro do país e do estrangeiro, com produções para todos os gostos. Os actos seguintes serão da responsabilidade do Teatro Experimental de Cascais (dia 16), com “Inês de Portugal – Coroa de amor e Morte”. A peça escrita em 1955, em Buenos Aires, durante o exílio de Alejandro Casona, conjuga todas as influências dos talentos do autor. Conta a trágica história do amor do par romântico mais célebre da cultura portuguesa. Já o Cendrev traz “A segunda surpresa do Amor” (22), que foi criada em Dezembro de 1727 e até ao fim do século XIX foi representada 260 vezes na Comédie Française. Marivaux é um crítico feroz que, vai pondo a nu o que havia de conduzir à queda do Ancien Régime e ao triunfo da Burguesia. Nos dias 27, 28, 29 e 30 a estrutura de produção teatral do TMG “Projec~” dá a conhecer o seu primeiro trabalho: “E outros Diálogos” de João Camilo. O grupo Títeres de Maria Parrato (Espanha) traz teatro de marionetas intitulado “Ping – o pássaro que não sabia voar” (4 de Outubro), enquanto, “A Garrafa”, de Manuel Poppe e Valdemar Santos, encerra as propostas desta edição (11). Mas o festival não decorre apenas no palco, já que no último dia, também será apresentado o Caderno TMG – “A garrafa” de Manuel Poppe. O preço dos bilhetes varia entre os cinco e os dez euros, com excepção do primeiro espectáculo em que a entrada é livre e do teatro de marionetas que custa dois euros.

Patrícia Correia

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