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Acidente da A23 reconstituído

Advogado das vítimas diz que diligência revelou que ambos os condutores contribuíram para a colisão

A reconstituição do desastre na A23, ocorrido em 2007 e que provocou 17 mortos, revelou que «ambos os condutores envolvidos contribuíram para o acidente», considerou um dos advogados na última sexta-feira.

«Vimos que o autocarro claramente invadiu a semi-faixa da esquerda e contribuiu para a atrapalhação da condutora do ligeiro», disse João Marcelo, causídico das vítimas, o único que se dispôs a falar aos jornalistas após a diligência na auto-estrada da Beira Interior. «O autocarro ultrapassava o eixo da via em 20 centímetros e estava a 1,51 metros da faixa à direita, quando as regras dizem que se deve conduzir o mais à direita possível. Não digo que o ligeiro não o pudesse ter evitado. O que digo é que ambos contribuíram para o acidente», acrescentou o advogado, para quem há culpas repartidas neste caso.

A reconstituição decorreu junto ao nó de Gardete (Vila Velha de Ródão), no local onde, a 5 de Novembro de 2007, um autocarro e um ligeiro colidiram antes de caírem por uma ravina de 50 metros. As 17 vítimas mortais viajavam no autocarro e eram alunos da universidade sénior de Castelo Branco. Em Setembro de 2008, o Ministério Público acusou a condutora do veículo ligeiro, Carina Rodrigo, de homicídio por negligência, por «falta de atenção e cuidado» ao ultrapassar o autocarro. No entanto, o juiz de instrução pediu a reconstituição para perceber se o condutor do autocarro, Fernando Serra – que passou a ser arguido –, também teve responsabilidades.

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