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ACG e Câmara entendem-se sobre extinção da APGUR

Além de outras atividades, a Agência para a Promoção da Guarda gere a publicidade no espaço urbano que se estima render cerca de 60 mil euros por ano

Está decidido por «mútuo acordo» entre a Câmara e a Associação Comercial da Guarda (ACG). A Agência para a Promoção da Guarda (APGUR) vai ser extinta e os seus serviços e atividades assumidos pela autarquia a partir de agora. A decisão foi comunicada pelo presidente do município na última reunião do executivo, realizada na segunda-feira.

Os dois únicos sócios da APGUR optaram pelo fecho da Agência dirigida desde a sua criação, em 2004, por António Saraiva na Assembleia-Geral do passado 27 de fevereiro. «Esta decisão tem a ver com as mudanças de paradigmas e com uma análise à relação entre custos e benefícios. Não é nada contra a Agência, nem contra as pessoas que ali trabalham, mas tudo a favor de um novo modelo de atuação e de promoção da cidade que espero que resulte dentro de um quadro financeiro diferente», justificou Álvaro Amaro no final da sessão. Para tal, o edil acrescentou aos jornalistas que vai apostar em parcerias com outras entidades para dinamizar e promover a Guarda e o seu centro histórico. «Não precisamos de nenhum outro chapéu que não seja a envolvência do município com a ACG, com o NERGA ou outras instituições, ou mesmo com os bairros», referiu o autarca, para quem com o fim da APGUR a cidade «não vai perder em qualidade, em marketing nem na promoção da Guarda».

Nesse sentido, o município vai assumir os projetos e os objetivos da Agência, tarefa que Álvaro Amaro considerou «um desafio dentro dos recursos que temos, dos programas que vamos desenvolvendo e dos financiamentos que vamos obtendo». Por enquanto, a continuidade da Feira de Antiguidades, que tem vindo a realizar-se uma vez por mês no Verão na Praça Velha e Rua do Comércio, é a única certeza desta mudança. De resto, o presidente da Câmara disse-se «impressionado» com o certame e prometeu apostar ainda mais na sua divulgação. «Vamos querer chamar mais gente para a feira porque, em termos de vendedores, há um certo desequilíbrio entre a oferta e a procura», declarou.

Tal como em dezembro último, os vereadores do PS voltaram a discordar da extinção da APGUR porque fez «um ótimo trabalho em prol da cidade, do turismo e da cultura pelo que o seu fim nos deixa tristes», afirmou José Igreja. O eleito da oposição acrescentou que, «qualquer que tenha sido a razão que justificou o fim da APGUR, não é suficientemente aceitável para nós. Por isso, é preciso manter a memória daquilo que foi bem feito», afirmou o socialista. Os sócios vão agora trabalhar na dissolução desta entidade e posteriormente na sua liquidação, o que deverá ocorrer antes do final do ano. «Acho que não vai haver problemas», admitiu Álvaro Amaro. Ouvido por O INTERIOR, Miguel Alves, presidente da ACG, confirma que a decisão foi «consensual» e que já não há volta a dar.

No final do ano passado, o dirigente chegou a considerar outras alternativas para dar continuidade à Agência, transformando-a nomeadamente numa Sociedade de Reabilitação Urbana. Dois meses depois, Miguel Alves assume que «há outras prioridades em que devemos concentrar-nos de forma a gerar mais valor acrescentado para o centro histórico e para a Guarda». Na sua opinião, ficou claro que a ACG e a autarquia tinham «competência para dar continuidade à Agência para a Promoção da Guarda com novas dinâmicas e atividades», exemplificando com «o bom trabalho» conseguido na parceria posta em prática nas atividades de Natal e do Carnaval. Nesta sessão, a Câmara da Guarda aprovou a realização de trabalhos de conservação e restauro da Torre dos Ferreiros orçados em cerca de 15 mil euros.

Luis Martins Agência para a Promoção da Guarda foi criada em 2004 para dinamizar o centro histórico

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