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Acção de protesto contra preço da água na Fonte das Três Bicas

Falta de resposta da Câmara da Covilhã a um abaixo-assinado leva contestatários a colocarem aos sábados recipientes com água junto daquela fonte

A Fonte das Três Bicas, na Covilhã, junto à sede da Região de Turismo, vai ser palco de um protesto contra os «elevados preços da factura da água no concelho», anunciou terça-feira o grupo promotor da contestação. A iniciativa acontece três meses depois destes covilhanenses terem enviado um abaixo-assinado ao presidente da Câmara Municipal, contestando o preço da água. O documento, que segundo aquele grupo reunia 3.500 assinaturas, apelava à revisão dos aumentos em vigor desde Setembro de 2003.

«Estamos chocados com o facto de a Câmara ainda não ter dado uma resposta ao abaixo-assinado», explicou Mariana Morais, porta-voz do grupo, adiantando que o «protesto simbólico» consistirá na colocação, aos sábados, «de garrafas, vasilhas ou outros recipientes com água» junto à Fonte das Três Bicas. «O que pedimos é a revisão do preço da água, das taxas e serviços incluídos na factura bimensal dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) da Covilhã», sublinhou. A porta-voz dos contestatários é especialmente crítica quanto à taxa de tratamento de esgotos, por estar a ser cobrado «um serviço que ainda não existe, pois os esgotos são escoados para o Rio Zêzere». Sem apontar quaisquer valores como objectivo, referiu apenas que se desejam «preços socialmente justos». »Não há justificação para que uma factura que não costumava preocupar os agregados familiares, chegue agora facilmente aos 35 ou 40 euros», acrescentou. Segundo Mariana Morais, esta é uma situação que estará já a causar «situações dramáticas» nalgumas famílias com poucos recursos financeiros, «face à crise existente e ao aumento do desemprego».

O presidente da Câmara já explicou os aumentos com «o investimento dos SMAS, a qualidade da água, a cobertura do concelho a 100 por cento no que respeita ao abastecimento e a limpeza da cidade». Ainda segundo Carlos Pinto, a actual factura dos SMAS reflecte já os valores a pagar pelo município para concepção, construção e exploração do sistema de esgotos do concelho por parte da empresa AGS, do grupo Somague. «O custo deste tratamento já hoje está a ser efectuado, pelo que a entrada em funcionamento do sistema na sua perfeição total não vai significar qualquer aumento», acrescentou o edil.

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