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Absentismo e produtividade preocupam na Câmara da Guarda

Álvaro Amaro quer «disciplinar» funcionários e acabar com «as entropias do sistema» graças à nova estrutura orgânica da autarquia

Álvaro Amaro decretou o fim das contínuas nos corredores da Câmara e, a partir de 2015, das folgas dos funcionários em dia de aniversário. Estas são algumas das mudanças decididas pelo presidente à boleia da nova estrutura orgânica da autarquia, cuja porta lateral, exclusiva dos funcionários, também vai fechar. A partir de agora todos têm que entrar «como toda a gente», pela porta principal. «É para disciplinar. Podem conviver na rosácea, mas aí eu vou ver», avisou o autarca, segundo o qual vai haver «grandes mudanças» nos serviços municipais.

A estrutura orgânica, que aguarda publicação em “Diário da República”, foi apresentada aos mais de 600 trabalhadores do grupo Câmara Municipal na passada quinta-feira, no TMG. O objetivo destas alterações (ver caixa) é aumentar a produtividade e a eficiência dos serviços, tendo Álvaro Amaro apelado à colaboração dos funcionários para a sua eficácia. «Connosco, os trabalhadores são pensadores e podem fazer propostas de melhoria no atendimento aos munícipes», afirmou aos jornalistas no final deste encontro que motivou o fecho da Câmara durante essa tarde. Na reunião, Álvaro Amaro também divulgou alguns indicadores, nomeadamente o do absentismo: «São números alarmantes, pois em 2013 os funcionários faltaram 12.835 dias e 2.635 dias no primeiro trimestre deste ano», revelou, acrescentando que o principal motivo destas faltas é a doença, mas há outros. «Temos que baixar estes dados pelo aumento da estima profissional de cada um», desafiou o edil.

Há cinco meses em funções, o presidente do município reconheceu não ter ainda «um número claro» de quantos funcionários tem o grupo Câmara e adiantou que na reunião do TMG não se falou em despedimentos. «Não vou fazer uma lista, nem vou despedir ninguém, mas quem se sentir mal com estas mudanças pode pedir para sair», acrescentou, não sem antes anunciar que se perspetivam mais funções para os municípios. Em termos de produtividade, Álvaro Amaro não revelou indicadores, mas disse ser «um problema a resolver». O que espera conseguir com «o empenho» dos trabalhadores, mas também com a «desmaterialização de algumas decisões, que têm que ser tomadas no tempo certo», reforçou. «Esta nova orgânica vem acabar com as entropias do sistema e o poder despachatório na hierarquia dos serviços, diminuindo o tempo de resposta. Espero que resulte», considerou o presidente.

Nesse sentido, será criado o gabinete de apoio ao munícipe, que ficará dependente de Álvaro Amaro integrado nas relações públicas e funcionará no espaço cedido atualmente ao Exército, para garantir «respostas atempadas» aos guardenses. «É um serviço quase de provedoria», acrescentou, anunciando ainda que os funcionários municipais cedidos às Juntas vão regressar à Câmara até ao final do ano. «Vamos avaliar onde são precisos e dar igualdade de oportunidades a todas as Juntas», justificou. Sem novidades continuam as empresas municipais Guarda Cidade Desporto e Culturguarda, cuja fusão foi chumbada pelo Tribunal de Contas. O futuro dos 72 trabalhadores continua adiado, tendo o presidente assumido não ser «ainda possível aliviar o seu stresse».

Novas chefias transitórias até aos concursos

A nova estrutura orgânica da Câmara da Guarda, aprovada na última Assembleia Municipal, só entra em vigor após a sua publicação em “Diário da República”.

Com estas alterações pretende-se desburocratizar e modernizar os serviços e conseguir mais celeridade nos processos de decisão. A orgânica foi aprovada em sessão de Câmara no final de fevereiro, tendo sido anunciado também que a mobilidade interna de funcionários seria revogada por despacho, o que permitirá poupar mais 56 mil euros por ano. Em termos de estrutura, acabam os departamentos de Administração Geral e Desenvolvimento Territorial, assim como dois lugares de chefes de serviço. Por outro lado, haverá seis divisões em vez das cinco atuais, enquanto os 17 coordenadores técnicos passam a nove. Na quinta-feira, Álvaro Amaro revelou quem vai ocupar, transitoriamente, as novas chefias até à abertura dos respetivos concursos públicos. Assim, Ana Garcia é responsável pela Divisão Administrativa, Horácio Brás (quadro dos SMAS) assume a chefia da Divisão de Equipamentos e Infraestruturas e Alfredo Madeira a Divisão de Educação, Ação Social e Juventude.

Por sua vez, Alexandra Isidro foi nomeada para a Divisão de Cultura, Turismo e Desporto e Luísa Santos para a Divisão dos SMAS. A novidade é Amélia Cerqueira, que transita da Delegação Distrital da Segurança Social para chefiar a Divisão de Planeamento, Gestão Urbanística e Obras Municipais. Por ocupar até à conclusão do concurso fica o lugar na Divisão Financeira e de Património.

Luis Martins Reunião magna dos trabalhadores do município decorreu no TMG e motivou fecho dos serviços

Comentários dos nossos leitores
turista iwo@iol.pt
Comentário:
Acabou a palhaçada e as cunhas dos virgilios e dos Santos da Camara municipal. Cambada de preguiçosos
 
Egitano epgraça@aeiou.pt
Comentário:
Finalmente, alguém percebeu que há muitos anos que se fazia o que queria naquela santa casa. Haja vergonha e bom senso. Mas quem é o trabalhador que tem direito a dia de férias por fazer anos! A boa vida terminou.
 
jose jose augusto@hotmail.com
Comentário:
Que ponham os engenheiros com a enxada na mão. Tanto engenheiro e arquitecto para quê?
 

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