O “braço de ferro” entre a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) e a reitoria parece estar longe de terminar. Agora, a polémica prende-se com o facto da «reitoria ter mandado retirar» folhetos informativos da associação sobre as medidas a desenvolver no âmbito do processo dos critérios de avaliação.
«É censura», disse a “O Interior” Bruno Carneiro, presidente da AAUBI, que vai solicitar uma reunião urgente com Santos Silva para debater o assunto. «Vou dar o primeiro passo pela segunda vez», apontou, alegando não pretender prejudicar a instituição, mas «lutar apenas pelos direitos dos alunos». O folheto, distribuído na terça-feira, explicitava as medidas a desenvolver contra a aplicação dos critérios de avaliação adoptados pelos docentes da UBI e que levou os estudantes a recorrerem para tribunal. O Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco veio dar-lhes razão, considerando que os professores não tinham «autonomia» para estabelecer regras de avaliação assentes em notas mínimas e assiduidade. Uma sentença confirmada na semana passada pelo Tribunal Central Administrativo Sul (TCAS). Assim, e com base neste acórdão, a AAUBI deliberou segunda-feira, em Assembleia Geral de Alunos (AGA), remeter todo o processo para o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e solicitar a nomeação de um moderador para negociações com a reitoria para um novo regulamento de avaliação. Foi ainda aprovado o envio de todo o processo à Inspecção-Geral de Ensino Superior e do acórdão do TCAS ao Procurador-Geral da República para reabrir o processo-crime contra dois docentes e o reitor. Como forma de protesto, os estudantes deliberaram a colocação de faixas pela universidade e em vários pontos da cidade com a frase “Alunos da UBI – Transfiram-se!”. Estas medidas foram propostas por Paulo Ferrinho, aluno de Economia e antigo presidente da comissão de gestão da AAUBI, tendo sido aprovadas por maioria.
