A Associação Académica da Guarda (AAG) anunciou, esta segunda-feira, que vai criar um “Gabinete de Apoio Urgente”, já no início do próximo ano lectivo, com o objectivo de prestar auxílio aos alunos do Instituto Politécnico da Guarda economicamente mais carenciados.
O presidente da AAG revelou que será feito um levantamento dos alunos mais necessitados, junto dos serviços sociais do IPG, para que possam ser apoiados «com alimentação e outros bens materiais». Marco Loureiro explicou, no entanto, que não será fácil contactar esses estudantes. «Os alunos não gostam de ver a sua situação exposta e nós temos que ter todo esse cuidado e aproximarmo-nos deles e dizer-lhes que vão ser ajudados sem que ninguém lhes conheça os nomes nem quem os está a ajudar», advertiu. Ainda assim, esta parece ser a solução encontrada pelo presidente da AAG para enfrentar a nova fórmula de cálculo de atribuição de bolsas a alunos mais carenciados, segundo o decreto-lei 70/2010. Com esta medida, passam a ser incluídos no agregado familiar tios, primos ou bisavôs, pelo que, no seu conjunto não podem auferir mais de 1.459 euros, para que o aluno tenha direito a bolsa. «Se este novo decreto-lei for para a frente, cerca de 20 mil alunos perdem os apoios sociais que têm», afirmou. Quanto ao IPG, contou no ano passado com cerca de 700 bolseiros, num universo de 3.900 alunos. Para Marco Loureiro, esta medida irá fazer com que «quase 400 possam ficar sem bolsa de estudo». O dirigente adiantou ainda que, mesmo que não haja grandes alterações nas atribuições das bolsas, o “Gabinete de Apoio Urgente” é para ir para a frente, «com pessoal minimamente especializado na área», até porque, «vão sempre aparecer casos destes».
O dirigente anunciou ainda que será convocada uma Assembleia Geral de Alunos (AGA), mal se inicie o ano lectivo. Será proposta uma greve no IPG contra a política do governo, «pois os novos alunos precisam de saber a verdade daquilo que se passa». Para o presidente da AAG, a possível restrição nas bolsas constitui-se como um «ataque aos bolsos dos familiares dos estudantes», pelo que a AGA servirá para os alunos determinarem algumas formas de luta. Sobre esta temática, avisa: «Ao ficarem sem bolsa, os alunos vão ter de desistir dos estudos ou congelar a matrícula». O dirigente aproveitou também a ocasião para sublinhar a decisão da presidência do IPG de manter o valor da propina, definido em 820 euros. «É uma vitória estrondosa no associativismo, conseguida pela AAG, num ano de crise», considerou, que admitiu que a medida poderá contribuir para «trazer mais alunos» para a instituição.
Novos mestrados no Politécnico da Guarda
A partir de Setembro, o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai ter mais quatro mestrados disponíveis na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD).
Podem candidatar-se os titulares do grau de licenciado ou equivalente legal na área científica do curso ou área afim e os possuidores de um grau académico superior estrangeiro, conferido na sequência de um primeiro ciclo de estudos organizado de acordo com os princípios do Processo de Bolonha. Outras condições de candidatura podem ser conhecidas em www.ipg.pt. O período de candidatura decorrerá entre segunda-feira e 10 de Setembro e o período de matrículas de 7 a 13 de Outubro. Entretanto, a partir de hoje e até ao final do mês, estão abertas as candidaturas ao mestrado em Ciências do Desporto (nas variantes de Treino Desportivo e Desportos de Academia) a leccionar na ESECD. As matrículas estão agendadas para os dias 20 e 21 de Setembro de 2010. Mais informações no sítio do IPG na Internet ou pelo email servicosadm.esecd@ipg.pt.
Rafael Mangana 
