A naturalidade com que canta assemelha-se à urgência em respirar. Não sabe há quanto tempo usa a música para comunicar, pois «o ambiente familiar em que cresci tornou inevitável esta minha paixão», confessa Carolina Cabaços.
A jovem de 20 anos, que frequenta o curso de Medicina em Coimbra, fez do fado e da música internacional não contemporânea os seus “brinquedos”, manuseando-os com a inocência de quem aprende a falar. Aos sete anos entrou para o Conservatório de Música S. José da Guarda: «Na altura não dei o devido valor e saí cinco anos depois», recorda, salientando o CD de música infantil que gravou com um professor da escola. Mas não acabou aí. Entre projetos e participações especiais, foi construindo o seu trajeto, que hoje é percorrido com os Sexta-Feira Santa, um sexteto que se multiplica em espetáculos que são como «um encontro informal entre amigos», garante. Os “covers” são o ponto de partida mas podem chegar aos originais, algures entre os blues e o pop rock, sem esquecer o jazz, o funky e o country. Também em Coimbra se fazem ouvir os primeiros acordes de um projeto que junta Carolina a Daniel Vieira, Ivo Pereira e Daniel Canas.
«A minha meta é fazer os outros felizes. A “pequenez” da Guarda é meramente física, pois as pessoas não são pequenas e os meus sonhos também não», sublinha a cantora, para quem ficar «não é menos louvável» que sair. A emoção é transmitida com a humildade de quem atua para se dar aos outros: «Já vi o público chorar e já chorei com ele, o que me marcou particularmente», revela Carolina Cabaços. Na génese de tudo estão os pais, os professores do Conservatório guardense, Joaquim Trinta e Teófilo Monteiro, entre outros artistas, familiares e amigos. «São o primeiro e o último acorde, o princípio e o fim de tudo isto», afirma. Carolina Cabaços estreou-se recentemente no grande auditório do TMG com os The Curimakers.
Sara Quelhas 
