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A Urbe está primeiro

Agora Digo Eu

Virgílio apresentou-se como candidato independente às eleições autárquicas de 2013. Fê-lo sem constrangimentos e com dignidade de quem já nada tem a ver com as célebres candidaturas partidárias, tentando unir todos por uma causa, respeitando as diferenças ideológicas dos seus apoiantes. Virgílio sabe muito bem que na obra de referência há 2 tipos de personagens: os Homens e os Deuses e o destino é qualquer coisa como a evocação daquilo que é o verdadeiro fado português.

Conta a História que o troiano foi salvo dos Gregos e o destino fez dele um símbolo para todos os romanos, tendo por aposta e por missão fundar uma nova cidade, pese embora se percebam as dificuldades existentes, pois os outros, os antigos aliados, adversários e inimigos tudo farão para denegrir a sua imagem, enviando, inclusive, alguns mercúrios, emissários dos júpiteres partidários, que irão recomendar que abandone a ideia de uma nova Cartago, que coloque de lado todas as ideias, tentando recauchutar candidaturas de forma valente, perpetuando aquilo que infelizmente todos nós conhecemos e identificamos.

No discurso de apresentação é visível e notório a intenção de levar de vencida um projeto com propósitos concretos, extremamente bem definido, percebendo-se a existência de uma grande visão para a urbe, com outros protagonistas, num programa de ação da obra Virgiliana que supere, e de que maneira, a velha e desgastada odisseia rosácea e atire para ultimo plano a indefinida, medíocre e muito descorada bíblia seguidista do desgoverno alaranjado, restando a todos os atores que não conseguiram unir pontas (e podiam tê-lo feito) optarem pela única atitude que lhes permita sair com dignidade, num processo onde a ética e a coerência estiveram efetivamente arredadas e, se alguma decência política lhes resta, modifiquem atitudes estúpidas, persecutórias e revanchistas de quem não teve engenho e arte de afirmação política na urbe e para a urbe.

Neste (quase) filme telenovelesco em que se transformaram as várias candidaturas às próximas eleições autárquicas no concelho da Guarda (ficam a faltar o penúltimo e último episódio), Virgílio é visto como aquela personagem definida por Hal Ashby e tão bem interpretada por Peter Sellers “Bem vindo Mrs. Chance”.

Independentemente das atitudes de pressão partidária, que não merecem referência nem classificação (ficam com quem aconselha e com quem tem poder da prática e atuação), é obrigatório ter presente o projeto e uma visão que garanta criação de riqueza, fixação de população, naquilo que é considerado o desenvolvimento sustentável para o interior e onde a Guarda tem de ter papel principal. É preciso lembrar Mecenas sem nunca esquecer o resto das Geórgicas.

Por: Albino Bárbara

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