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A União Europeia e os Millennials: um filme pronto a acontecer

Os jovens dos nossos dias não sabem o que é a não-Europa. Os chamados Millennials, ou Geração Y, que gatinham com o analógico mas abraçam o digital na sua juventude, revolucionaram a vida – com as fotografias impressas e a preto e branco que nós conhecíamos – e transformaram as tendências tanto a nível de consumo, como da empregabilidade e da formação. São eles – e claro, a geração que se segue, os Z ou Centennials – quem irá acompanhar esta evolução digital, que permite quase tudo à distância de um clique. Esta geração de empreendedores, que arrisca abrir uma “start up” antes dos 30 anos, que quer trabalhar a partir de qualquer lugar e conhecer o mundo de mochila às costas, beneficia de uma transformação que permitiu esbater e ultrapassar todas as fronteiras.

Por este motivo, cabe-nos partilhar com estes jovens os benefícios de viver na União Europeia (UE) e as vantagens de que tiram partido de uma forma tão natural que já nem questionam a razão da sua existência. E também relembrá-los de um passado e de uma evolução que não devem ser esquecidos e que nos permitiu estar junto dos restantes estados-membros, há 32 anos.

Assim surgiu a #EUandME, uma oportunidade de desafiar cinco cineastas europeus de renome para que criassem curtas-metragens em torno de diversos temas que retratam situações do dia-a-dia, comuns a todos os jovens – desde os nossos direitos enquanto seres humanos, à música e à dança, ao acesso à internet, à natureza, às viagens e experiências interculturais…

As expetativas estavam, claro, numa curiosidade imensa em conhecer o resultado final dos filmes “Debut”, “O Hostel com Vida”, “O Solitário”, “Party Animal” e “Oona”. Assim que os vimos – pessoalmente vi-os em casa com os meus filhos –, percebemos como no nosso dia-a-dia há sempre um benefício ou apoio que desconhecemos e que nos permite viver melhor, seguir o nosso caminho, realizar uma simples compra online e ter acesso à internet mesmo em zonas rurais, sermos nós mesmos ou criarmos o nosso negócio a partir do zero.

Os jovens portugueses têm, de um modo geral, uma atitude positiva em relação à UE, mas estão pouco informados acerca das oportunidades que a Europa lhes oferece. Sobretudo, não têm muito presente o papel que a Europa já desempenha nas suas vidas. É por isso que é importante relembrar esse papel: a UE somos todos nós e todos nós contribuímos diariamente para novas ideias, soluções sustentáveis e projetos. Para os Millennials tornou-se normal e natural viajar, viver, estudar e trabalhar na UE. Mas não nos podemos esquecer que as coisas nem sempre foram assim. Em 1987, só 25 estudantes portugueses saíram do país para fazer o Erasmus. Desde então este número aumentou drasticamente: entre 1987 e 2014, 80.000 estudantes portugueses fizeram Erasmus e atualmente há cerca de 5.000 estudantes portugueses por ano a estudar noutro Estado-Membro. Em paralelo, Portugal recebe cerca de 8.000 estudantes Erasmus por ano provenientes de outros países da UE. Outro exemplo é o roaming: quer estejam em Estocolmo ou em Berlim, os jovens usam o telemóvel como se estivessem em sua casa, em Portugal. Não há custos extra por estarem na União Europeia. O projeto #EUandME pretende elucidar isto mesmo, aproximar a UE e os jovens, partilhando as oportunidades de que podem beneficiar, sendo cidadãos europeus.

Vamos ainda lançar um concurso a nível mundial para Jovens Realizadores. Não têm necessariamente de ter formação na área do cinema ou audiovisuais, podem ser cinéfilos e entusiastas ou realizadores amadores. Vamos oferecer a oportunidade a cinco vencedores (a nível europeu) de realizarem a sua própria curta-metragem com o apoio dos realizadores Dalibor Matanić (Croácia), Matthias Hoene (Alemanha), Tomasz Konecki (Polónia), Yorgos Zois (Grécia) e Zaida Bergroth (Finlândia).

Além deste mentoring individual, cada vencedor ganhará 7.500€ para a produção da sua própria curta-metragem. Aos interessados que já tenham ideias a borbulhar: fiquem atentos às páginas da Comissão Europeia em https://europa.eu/euandme/pt

Por: Sofia Colares Alves

* Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal

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