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«A UBI tem vantagens claras relativamente às universidades do litoral»

António Fidalgo volta a candidatar-se ao cargo de reitor da Universidade da Beira Interior

P – O que vai mudar, com a sua eleição, na gestão da UBI nos próximos quatro anos?

R – Vai haver uma gestão mais participada, de modo a fazer da UBI uma universidade muito mais coesa. A participação ativa de todos exige uma personalização das relações. Serei um reitor próximo, disposto a ouvir e a debater os assuntos da instituição com todos. Isso consegue-se com a necessária informalidade nas relações humanas. De certeza que não me refugiarei na Reitoria, longe do olhar de docentes e funcionários. Considero da maior importância que a UBI se afirme como comunidade de saber, vibrante, envolvendo no seu dia a dia todos os que nela trabalham e estudam. Só uma universidade muito unida pode enfrentar as dificuldades que se avizinham, nomeadamente a crise demográfica e o insuficiente financiamento estatal.

Haverá também maior respeito pela autonomia dos órgãos das Faculdades e dos Departamentos. Os Conselhos Científicos Departamentais, em particular, terão uma importância acrescida, possibilitando que todos os professores tomem conhecimento dos assuntos e tenham voz ativa na decisão sobre os mesmos.

P – Qual é a sua estratégia para a UBI não ser afetada pelos cortes de financiamento e redução do número de alunos?

R – A UBI terá de estabelecer relações próximas com as escolas secundárias da região (antigos distritos de Guarda e Castelo Branco) de modo a aumentar o número de alunos vindos das zonas de proximidade, tal como acontece nas outras universidades portuguesas. Por outro lado, terá de captar jovens também no litoral e no estrangeiro, em particular no espaço lusófono. A UBI tem vantagens claras relativamente às grandes universidades do litoral e é necessário dá-las a conhecer, em particular, a proximidade e a informalidade existente entre docentes e alunos, as boas condições de estudo e a qualidade de vida. A UBI tem de se dar mais a conhecer, pois desse modo conseguirá atrair mais candidatos. Quanto ao financiamento, há que, em primeiro lugar, pugnar por uma equidade dentro do sistema de ensino. Não é admissível que outras universidades tenham um financiamento por aluno consideravelmente superior ao da UBI. A fórmula de financiamento tem de ser única e justa. Em segundo lugar, a UBI tem de diversificar as fontes de financiamento. Neste campo, e dado que as receitas próprias provindas das propinas estão no máximo, é imprescindível obter financiamento mediante o recurso a projetos, nacionais e estrangeiros, à prestação de serviços, e, em particular, a uma forte aposta nos fundos comunitários 2014-2020.

P – Que medidas preconiza para a UBI encontrar fontes de financiamento? O aumento das propinas é uma hipótese a ter em conta?

R – O aumento de propinas não é uma hipótese a ter em conta. As propinas estão neste momento (2012-2013) no máximo permitido pela Constituição da República. Para o ano de 2013-2014 o Conselho Geral não fixou qualquer aumento. Manter-se-ão, assim, as propinas do ano letivo transato. Como disse anteriormente, as fontes de financiamento terão de ser encontradas fundamentalmente nos fundos comunitários.

P – Face à atual situação de redução de ingressos no ensino superior pondera alterar a oferta curricular da UBI?

R – Não é uma prioridade a criação de novos cursos. Considero que a UBI oferece um equilibrado conjunto de cursos e a prioridade incide na consolidação pedagógica e fortalecimento científico dos existentes. No entanto, a UBI está sempre aberta aos novos saberes e às necessidades de formação superior exigidas pela sociedade.

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