Sou um tipo contracorrente. Sou um biltre que não te deixa ser feliz. Afinal, eu decido dizer aquilo que me parece mais certo, acrescentar factos que aparentemente não viste e nesse momento cria-se um incómodo. Eu penso que um país onde a utilização da lei é sempre mal conduzida por negligência de quem manda, por utilização indevida dos mecanismos de comando, por aproveitamento em moto próprio das opções estratégicas, por favorecimento descarado dos compadrios, por crime de ostracismo dos méritos dos outros, por tentativa de branqueamento dos roubos dos amigos, por encobrimento das trafulhices, por criação de redes de favor, um país destes tem de ser fiscalizado do exterior, deve receber de prémio uma troika ou mesmo uma “távola redonda” com seus 25 virtuosos. Portugal precisa de um Artur que lhe enumere princípios, escolha um caminho de méritos, opte por pessoas sãs que sabem conduzir estratégias, que as mude a cada ciclo de comando nunca maior de quatro anos para que não roubem, não apouquem, não explorem, não destruam.
A troika é o fruto de uma demência vergonhosa, de uma “política de Poceirões”, de construções inúteis para aproveitar dinheiros europeus, de ausência de definições estratégicas e de líderes virtuosos e livres. O caminho faz-se na fé das pessoas, na boa fé dos outros, mas também na verificação dos seus gestos, na obsessão dos princípios e das metas a cumprir. O caminho é sempre e só com gente escolhida porque é capaz, porque se propõe cumprir e aceita ser fiscalizada. Venha lá a troika que da falta de carácter, da falta de virtude estamos nós carregados. Levamos Portugal às costas faz décadas.
Por: Diogo Cabrita