Arquivo

A trágica paródia socialista

A data do acto eleitoral aproxima-se e os partidos afinam as suas propostas de modo a captarem a atenção maioritária dos potenciais votantes.

Felizmente está facilitada a escolha dos eleitores…

Num dos lados e entrincheirado num castelo de dogmas encontramos um novo partido ou partido novo(!) cheio de vontade de protagonizar a dimensão social do estado; mais justiça, mais educação estatal, mais saúde e mais investimento público.

Para nós humildes entendedores destas coisas esta opção é a que se afigura mais interessante pois garantem-nos que o estado com o comando dos centuriões desse partido castelar vai-nos assegurar o pleno emprego, a melhor educação, a justiça adequada e particularmente todas as estradas que nos fazem falta.

Assim vale a pena votarmos num esplendoroso e frondoso partido onde mora a força da justiça social e do estado social.

O seu líder aparece à esquerda mas não se esquiva de olhar à sua direita pois nesta mora também a tal doutrina social eclesiástica ávida de justiça terrena e crente nos traços de quase divindade exprimidos nas intervenções desse novo líder ou líder novo(!).

A sua hipótese de sufrágio maioritário tem vindo a aumentar desde que a rábula carnavalesca engendrada pelo governo actual tem vindo a desmistificar-se no tempo da redenção, de perdão pelos pecados que foi omitindo nas suas últimas confissões eleitorais.

Sim o governo actual tem optado por uma omissão da presença do estado na sociedade, na imprensa falada e escrita. Aliás escamoteia mesmo as boas condições financeiras que soube amealhar retirando a todos os que trabalham uma boa maquia para melhorar e apresentar-se mais forte no concreto dos países europeus.

Conta-se por aí que o exemplo deste nosso grande governo tem sido apresentado noutras galáxias e não fôra a força deste novo líder e partido novo e já o governo actual tivera direito a lugar de destaque na secção das boas práticas governativas do livro dos recordes.

Sim, porque o jovial e patusco novo líder consegue fazer troar a sua voz, as suas propostas de mais, melhor e mais alongado estado social por todo o continente europeu e territórios limítrofes esvaziando por completo os tacanhos feitos do actual governo luso.

Desculpe o leitor mas neste tempo de Páscoa também é agradável brumar com a situação política olhando apenas para um dos lados.

Para aquele lado que luta desenfreadamente por poder ter influência maior na condução governativa do próximo ciclo político.

Sim em Junho de 2011, esse lado perspectiva o próximo acto eleitoral mas não o do dia 05 de Junho!

Sim, o PS junto com a clientela que laboriosamente foi colocando em todos os níveis da administração pública pretende tão só eleger o número de deputados suficientes que o torne imprescindível para a difícil governação que o próximo governo vai ter pela frente procurando sempre a brecha do infortúnio que foi cavando e vai ver agora agravado pela dieta imposta pelos que de fora vêm auxiliar-nos.

Pode ser difícil, pode o ânimo não ser por aí além, podem os tempos ameaçar ainda maior dificuldade, mais penúria mas podemos nós ter o direito de não dar uma absoluta oportunidade a outros que têm vontade em fazer diferente?

Podemos nós ter o direito de ficar em casa, de bramir o direito à abstenção num tempo onde, convenhamos a “inteligência nacional” convoca ao marasmo, mostra o descrédito da “classe política” e, com estes pensamentos, anestesia a vontade e o querer de uma efectiva e absoluta vontade de acreditar num diferente e mais exigente modelo de governação.

Por: João Prata *

* Deputado eleito pelo PSD

Sobre o autor

Leave a Reply