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A semana do Cine’Eco

60 filmes a concurso no único festival de cinema de ambiente do país

Arranca amanhã, em Seia, o único festival de cinema de ambiente em Portugal. Sessenta filmes vão competir na XIª edição do Cine’Eco – Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela pelas câmpanulas, o símbolo do certame, e por um total de 16 mil euros de prémios. O júri de pré-selecção teve este ano uma árdua tarefa, uma vez que se registou o maior número de inscrições de sempre, 168 filmes vindos de 40 países. A cerimónia oficial de abertura acontece no sábado à noite com um concerto de jazz do saxofonista brasileiro Leo Gandelman no Cine-Teatro da Casa da Cultura.

Criado em 1995, o Cine’Eco tem-se afirmado no panorama nacional e internacional, sendo actualmente considerado um dos melhores festivais europeus de cinema de ambiente dada a qualidade dos filmes a concurso. Para além das secções competitivas, o evento, que termina no final do mês, contará, como habitualmente, com vários ciclos temáticos, exposições de pintura e fotografia e uma conferência sobre desenvolvimento sustentável. Tudo na Casa da Cultura. Mas o destaque vai mesmo para o cinema com mais de uma centena de filmes em cartaz para todos os gostos. A manhã está reservada para os mais pequenos das escolas e jardins de infância do município, enquanto a programação das tardes é feita dos ciclos “Da BD ao Cinema”, destinado aos alunos das escolas EB e secundárias, e “Outras Terras Outras Gentes”, reservado a produções tradicionalmente afastadas dos circuitos comerciais, com destaque para “Diários de Che Guevara” ou “Um longo Domingo de Noivado”, entre outros. Mas há também espaço para os grandes sucessos comerciais dos últimos tempos como “Charlie e a Fábrica de Chocolate”, “Guerra dos Mundos”, “Mar Adentro”, “Alexandre, O Grande” ou “A Queda de Hitler”.

A programação deste ano inclui ainda sessões dedicadas aos filmes de terror e ficção científica, ambos à meia-noite das sextas e sábados, bem como ao cinema português mais recente. Estão igualmente previstas homenagens a Hans Christian Andersen e Júlio Verne, mas também um ciclo dedicado ao norte-americano W. Night Shyamalan, realizador de filmes como “Sinais” ou “A Vila”, cuja exibição está garantida. O cinema brasileiro contemporâneo merece outro lugar de destaque, a par de uma mostra do cinema de Goiás (Brasil) e de uma secção especial intitulada “Peter Pan no cinema”. Com este cartaz, a organização pretende «superar a média de anos anteriores, que é de cerca de 10 mil espectadores nos 10 dias do evento, sendo que a maior fatia é de alunos das escolas». Uma área que vai voltar a merecer a atenção dos promotores, que irão realizar encontros com alguns realizadores e os directores do festival. O júri do Cine’Eco 2005, promovido pela autarquia local, é constituído pelo jornalista da SIC, Mário Augusto, há muito ligado ao mundo do cinema, três directores dos festivais similares de Turim, (Itália), Washington (EUA) e Goiania (Brasil) e outras personalidades da área. A sessão de entrega de prémios está agendada para dia 29, com um recital do Grupo de Metais do Conservatório de Música de Seia, mas o certame só termina no dia seguinte.

Luis Martins

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