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A revelação de Cavaco na Guarda

«Não podemos de facto excluir a possibilidade de ocorrer uma crise grave em Portugal», avisou o candidato da direita

Cavaco Silva teve uma revelação na Guarda, na semana passada, ao admitir, pela primeira vez, que o país pode enfrentar uma «crise grave» nos próximos tempos. O aviso marcou a passagem do recandidato à Presidência da República pelo distrito, onde também apelou ao voto, alertando que será «uma grande irresponsabilidade» não ir às urnas no domingo.

Mas o que marcou o dia foi um alerta: «Não podemos de facto excluir a possibilidade de ocorrer uma crise grave em Portugal, não apenas no plano económico e no plano social, mas também no plano político», afirmou o actual chefe de Estado durante um almoço com apoiantes na Guarda. Recordando que o país está a viver «uma situação tão crítica de que não há memória», o candidato considerou que o próximo presidente tem que ter «os conhecimentos necessários e a experiência que a gravidade do momento exige». Cavaco Silva acrescentou que o futuro inquilino de Belém também terá que estar «acima dos partidos e das lutas partidárias» para ser «o garante do regular funcionamento das instituições democráticas». Afirmou, contudo, que será «exigente» em relação ao Executivo. «Prestarei uma atenção muito cuidada a todas as leis que receba do Governo ou da Assembleia da República, mas sempre disposto a cooperar quer com a Assembleia, quer com o Governo, para a resolução dos grandes problemas de Portugal», declarou o candidato apoiado pelo PSD, CDS e MEP.

Também prometeu «falar verdade» aos portugueses, considerando que «precisamos de gente que cumpra a palavra dada». Perante uma sala cheia, Cavaco Silva reiterou que se candidata para «ajudar os portugueses e contribuir para que haja um clima de confiança e de esperança». Antes, o mandatário distrital tinha feito o elogio do homem, do economista e da obra no passado. «Cavaco Silva é a escolha certa. Portugal não se pode dar ao luxo de dispensar o seu leal serviço e exemplo de vida. Se o fizéssemos, era um crime de lesa pátria», afirmou Paulo Romão. O empresário avisou depois que as sondagens, que dão como certa a vitória do candidato da direita, «carecem de confirmação nas urnas», pelo que pediu «o maior resultado possível» para Cavaco Silva. Nesta passagem pelo distrito, o candidato esteve também em Seia, visitou a ASTA na Cabreira do Côa (Almeida) e rumou a Vila Nova de Foz Côa. Na Guarda, foi confrontado com o protesto de alunos e professores do Outeiro de S. Miguel relativamente ao futuro desta escola particular.

Luis Martins Cavaco Silva promete ser «exigente» em relação ao Executivo no próximo mandato

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