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A propósito do positivo e negativo do anterior Governo*

Reportando-me ao seu editorial da edição de 19 de Novembro, em que tentou estabelecer um paralelo entre o positivo e o negativo da acção do anterior “governo”, cabe-me, primeiro que tudo e reportando-me àquilo que o senhor considerou positivo, dizer-lhe que é, de facto, um optimista, pois consegue avaliar como positivo aquilo que nunca o foi. Poderia dar-lhe inúmeros exemplos em todas as áreas que citou como positivas, mas não o vou fazer, pois faltar-me-ia espaço para falar do que considero mais importante: A educação.

É difícil a alguém entender que um período em que se verificou uma autêntica guerra que opôs professores e alunos a um ministério que foi a negação da educação, possa ser considerado como positivo.

É completamente inaceitável (e eu, como interveniente no processo, não o aceito) que o autêntico crime cometido nesta área, durante o consulado Sócrates/Maria de Lurdes Rodrigues, seja por si incluído nos aspectos positivos da “governação”, ainda que com as inúmeras ressalvas que teve o cuidado de fazer.

Limitou-se (e tenho pena que assim tenha sido) a apresentar a “nova” visão oficial de Sócrates sobre o tema, após derrota nas autárquicas, que lhe conseguiram mostrar aquilo que 120 mil professores lhe foram dizer, expressamente, a Lisboa e que ele não entendeu.

Será que o senhor ainda não percebeu que todas essas medidas, impostas contra tudo e contra todos vão, agora, depois de quatro anos de guerra, para o caixote? E sabe porquê? Pura e simplesmente porque são LIXO. Lixo este que custou ao país muitos milhões de euros. Foi isto que o Governo anterior produziu, ao nível da educação e… não só.

Falou, o senhor, em laxismo. Quer maior laxismo do que aquele que se está agora a verificar em que, alunos com dez níveis negativos, são dados como aptos a transitarem de ano, por força das normas criadas pela anterior ministra, a qual introduziu o conceito e a filosofia das “novas oportunidades” no ensino regular?

Depois da apresentação das ideias acima na generalidade, por que não, debatê-Ias na especialidade? Para tanto, sou a propor-lhe a realização de um debate sobre o assunto, se assim o entender, sendo que, desde já me disponibilizo para participar nele.

Certo de que não deixará de aceitar o repto, até porque os cidadãos merecem ser esclarecidos, num tema tão importante.

* título da responsabilidade da redacção

Manuel dos Santos, Guarda

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