As políticas monetária e fiscal são dois instrumentos que os diversos países utilizam para acelerar ou desacelerar a economia. Elas devem atuar, conjuntamente, de forma articulada, porque ambas contribuem para aumentar ou reduzir a liquidez da economia. Sem liquidez e poupança não pode haver investimento que faça crescer a economia e o emprego.
A política monetária é gerida pelos Bancos Centrais aos quais cabe a missão de emitir moeda e emprestar dinheiro, para além de outras, e a fiscal pelos governos, que podem aliviar ou sobrecarregar a economia com impostos. Porém, se ambas estiverem de costas voltadas, dificilmente se atingirão metas de crescimento para as respetivas economias. É o que está acontecer na Zona Euro. O Banco Central Europeu está a comportar-se como uma entidade autónoma e independente, das decisões fiscais, tomadas pelos diversos países membros!… Cada país membro tem a sua taxa de IVA, IRC, IMI, etc. Ora, com taxas diferenciadas, no mesmo espaço económico que é a Zona Euro, distorce-se a concorrência das várias economias, atingindo sobretudo as mais débeis, como é o caso da portuguesa.
Foram várias as empresas que deslocaram a sua sede para países com a taxa de IRC muito mais baixa (50%), como aconteceu recentemente , com algumas empresas portuguesas e que foram objeto de notícia na comunicação social. Recentemente, veio o presidente do BCE dizer que não havia Estados Unidos na Europa!. Dito por ele, com especiais responsabilidades, indicia, infelizmente, que a política monetária não é igual para todos os membros!… A Alemanha é contemplada com taxas de juro negativas e Portugal, Grécia, Irlanda, etc, chegam aos dois dígitos, conforme as maturidades!..
Com diferenças acentuadas, nas taxas de juro, impostos, taxas, subsídios, etc, entre os membros da Zona Euro, não há espaço económico que vingue, nem austeridade que resulte!… Até o presidente da Comissão Europeia veio dizer publicamente que os países não cumprem as regras que eles próprios aprovaram!…
Afinal, como querem que os países cumpram a austeridade imposta pela “Troika”? Se a mesma se revela desajustada com a realidade?
Teodoro Farias (Figueira de Castelo Rodrigo), carta recebida por email
