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A pergunta de um milhão de dólares!

Quem será o próximo Governo em Portugal e sobretudo quanto tempo durará?

Em 2011, o PSD ganhou as eleições com 38,65% dos votos, o CDS-PP com cerca de 11,7% impôs as suas vontades, ficou com as pastas da Solidariedade e Emprego, da Economia, da Agricultura, dos Negócios Estrangeiros e mais tarde com um vice-primeiro-ministro! Apesar de ter pouco mais de 10% dos votos!

Nestas eleições a coligação “Portugal à Frente” ganhou com mais 6% de votos que o PS; com uma grande nuance, a coligação agora não tem maioria! E como em 2011 quem ditou as regras foi o CDS-PP, agora parece que a chave da governação foi entregue ao PS! E com uma diferença que parecia quase impossível de acontecer, o BE e o PCP querem, ao que parece, fazer parte da solução e não do problema, como pareciam indicar as palavras de Catarina Martins e de Jerónimo de Sousa no dia 4 de outubro!

Na Europa, Governos de 2 ou 3 partidos não são caso virgem antes pelo contrário, a maioria dos Governos europeus são de coligações. O insuspeitável social-democrata Paulo Rangel disse-o com todas as letras num programa da RTP!

Francamente não me atrevo a dizer qual a melhor solução! Se um governo minoritário que cairá daqui a um ano, ou se um governo ainda que da união de três partidos, mas que poderá dar a tão ambicionada estabilidade política a Portugal! Neste caso (PS+PCP+BE) parece-me que para a maioria dos portugueses esta solução não é compreendida.

A coligação talvez não contasse com este aparente acerto de posições entre PS, PCP e BE; mas parece que ou arrepia caminho e faz as cedências e tem (e se quiser tem) a capacidade de mostrar ao PS que a sua solução é a melhor, ou… Arrisca-se a ficar apeada!

O documento entregue pela coligação ao PS denominado “documento facilitador de um compromisso entre a Coligação “Portugal à Frente” e o PS para a governabilidade de Portugal” parece indicar uma forte vontade de se chegar a um acordo com o PS; será o mais provável e sobretudo o mais desejável para Portugal nas atuais circunstâncias.

O que desejo sinceramente, como referi na crónica anterior, é que tenhamos um Governo que nos guie na direção certa; seja ele qual for! Cada vez mais o papel do futuro Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa) será decisivo nesta equação e sobretudo no equilíbrio que será preciso ter na próxima legislatura!

Há por certo uma lição que todos teremos de retirar daqui! Nem sempre quem tem mais votos tem mais poder!

As eleições, a partir deste momento, serão agora encaradas de outra forma, ou seja, quando votamos teremos todos de ter a perceção que pode haver vários tipos de acordos entre as diversas forças políticas e não cingirmos a Governação ao PSD, ao CDS-PP e ao PS.

Talvez no final da semana haja fumo branco sobre este assunto!

Tenho para mim que o sucessor de Passos Coelho será… Passos Coelho!

Por: Rodolfo Queirós, enólogo

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