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«A participação na associação académica é cada vez mais importante»

Cara a Cara – Entrevista

P – Apenas 652 alunos, dos cerca de cinco mil da UBI, votaram. Esperava uma maior participação nestas eleições para a AAUBI?

R – Como já vem sendo hábito nos últimos anos, a taxa de participação nas eleições dos órgãos da associação tem sido sempre muito baixa. Desta vez votaram menos 20 alunos que no ano passado.

P – Preferia ter mais listas concorrentes ao acto eleitoral?

R – Deveria haver, pelo menos, sempre duas listas. Primeiro, porque nos obriga sempre a trabalhar muito mais na campanha eleitoral, além de haver mais informação e um maior contacto com os alunos. O que é sempre mais enriquecedor em termos de ideias e propostas. Havendo apenas uma lista, cingimo-nos ao básico e não aprofundamos as nossas ideias. Por um lado, foi até benéfico, pois começámos logo a trabalhar para este mandato, mas, por outro, é sempre negativo concorrer uma única lista, já que muitos alunos nem tiveram conhecimento da nossa lista.

P – A pouca participação dos estudantes é um sintoma de que não estão interessados na vida da academia?

R – O objectivo de quem vem para a universidade é cada vez mais acabar o curso no tempo previsto. Não se interessam pelo associativismo. Mas já é do conhecimento comum que as empresas preferem recém-licenciados dinâmicos e com capacidade de liderança. E não é só ficar numa sala de aula e serem os primeiros a acabar o curso que os torna mais dinâmicos. A participação na associação é cada vez mais importante para isso.

P – A contenção orçamental vai continuar a ser uma preocupação neste mandato?

R – Sim. A comissão de gestão fez um grande trabalho ao pagar 70 por cento da dívida. Neste momento, há um passivo de cerca de 50 mil euros, apesar de termos ainda a haver 25 mil euros. Os restantes 25 mil euros terão que ser renegociados, mas augura-se uma fase difícil, pois neste momento não há previsões de entrada de dinheiro.

P – Que medidas vão desenvolver neste mandato?

R – Vamos avançar, em Fevereiro, com “workshops”de formação em horário pós-laboral. Já temos um formador para a área de programas de contabilidade para os alunos de Gestão e Economia, e para todos que queiram aprofundar ainda mais os seus conhecimentos. Pretendemos ainda dar formação em Autocad, Photoshop, na óptica do utilizador, mas também em áreas como inglês comercial. Todos os cursos serão pagos pelos frequentadores, mas obviamente que os sócios da AAUBI serão privilegiados. Temos a filosofia de que ser sócio não serve apenas para ter descontos na Recepção ao Caloiro ou na Semana Académica. É para ter vantagens ao longo do ano, pois só assim é que podemos captar mais sócios. Aliás, estamos já em negociações com a EPABI para que os seus alunos possam também ser nossos sócios, além de poderem usufruir do pavilhão desportivo. Além da Recepção, Semana Académica e Radicool, entre as actividades comuns, vamos avançar igualmente com o Intercresce, um projecto que já tem alguns anos mas que nunca conseguiu arrancar em pleno. Não vamos entrar em aventuras, mas, no geral, iremos realizar todas as actividades que não prejudiquem o normal funcionamento da associação.

P – Teme que as relações com a reitoria esfriem por causa da providência cautelar contra os critérios de avaliação?

R – Penso que o reitor não vai misturar as coisas. São assuntos distintos e o próprio funcionamento da AAUBI foi definido em Senado e está legislado.

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